Remo na Bahia: A História que Navega Entre Tradição, Cultura e Resistência
- Nilson Carvalho

- 1 de out
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Antiga sede do Itapagipe no final de linha da Ribeira. bons tempos de bailes, serestas e atividades esportivas.
Por: Jornalista Nilson Carvalho & Malu Araújo
A Bahia não é feita apenas de praias, axé e festas populares. Suas águas guardam também uma história de superação, paixão e tradição: a trajetória do remo, um esporte que marcou gerações e ajudou a construir a identidade cultural do nosso estado.
No Programa Papo de Artistas e na TV Bahia 3, sob a coordenação dos jornalistas Nilson Carvalho e Malu Araújo, o repórter Evilásio Fonseca nos convida a embarcar nesse barco histórico que navega pelas águas da Raia dos Tainheiros, na Ribeira, onde nasceram os grandes clubes e se forjou a memória do remo baiano.
Os Primeiros Clubes: Herança e Paixão
Tudo começou em 1º de setembro de 1902, quando Torquato Corrêa, após remar no Flamengo (RJ), trouxe a paixão pelo esporte para Salvador. Assim nascia o Clube de Regatas São Salvador, impulsionando a prática do remo em uma cidade que, até então, tinha apenas a pequena flotilha do Esporte Clube Vitória.
O Vitória, fundado em 1899, além de se consagrar no futebol, construiu uma história gloriosa também no remo. Com a criação da sua seção náutica, o clube conquistou o título de “campeão de terra e mar”, levando a força rubro-negra das arquibancadas para as águas.
Outro destaque foi o Esporte Clube Santa Cruz, fundado em 1904, que marcou época ao conquistar a Taça Maria Luíza em 1931 e dominar as regatas por anos consecutivos, tornando-se referência no remo baiano.
Já o Clube de Regatas Itapagipe, nascido em 7 de setembro de 1902, simbolizou o orgulho da Península Itapagipana, colecionando títulos, inclusive um deca campeonato baiano, e resistindo às dificuldades com o apoio de apaixonados pelo esporte.
A Federação e a Resistência
Hoje, a Federação de Clubes de Remo da Bahia, sob a liderança de Adroaldo Mendonça Jr., enfrenta o desafio de manter viva essa tradição centenária. Entre altos e baixos, o remo resiste como patrimônio cultural, esportivo e afetivo do nosso povo.
Mais do que um esporte, o remo é a metáfora da vida: exige força, disciplina, união e superação. Cada remada é uma vitória contra a maré da indiferença que muitas vezes ameaça apagar a nossa memória.
Se a Bahia é conhecida por sua cultura, não podemos esquecer que nas suas águas corre também a história do remo. Compartilhar essa memória é remar juntos contra o esquecimento.
“A História do Remo é a história da Bahia. Vamos remar unidos para que essa tradição nunca afunde no silêncio da indiferença.”
“As sedes que um dia foram templos de glória hoje clamam em silêncio: o remo baiano, orgulho das águas, não pode morrer na indiferença.”
Fotos: Repórter Evilásio Fonseca

Sede do Esporte Clube Vitória nos Tainheiros na Ribeira.

Sede do Clube de Regatas São Salvador na praia dos Tainheiros na Ribeira.

Sede do Esporte Clube Santa Cruz nos Tainheiros na Ribeira.

Este prédio era a antiga sede do São Salvador

A nova sede do Clube de Regatas ltapaglpe no fim de linha da Ribeira.







Esse "prédio";nunca foi a sede do São Salvador.