REBELIÃO NA BYD! 2 MIL OPERÁRIOS PARAM CAMAÇARI E EXPÕEM BASTIDORES CHOCANTES DE TRABALHO INDIGNO
- Nilson Carvalho

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Por: Nilson Carvalho • Papo de Artista Bahia
Um grito que ecoa da lama ao asfalto — e que ninguém mais pode ignorar.
Revolta na Construção da BYD: Trabalhadores Denunciam Condições Desumanas em Camaçari
O que seria um símbolo de progresso, emprego e desenvolvimento para Camaçari virou cenário de indignação, dor e luta. Cerca de 2 mil operários que constroem a nova fábrica da BYD — a gigante chinesa que promete transformar a economia local — paralisaram as atividades pelo quarto dia consecutivo, denunciando más condições de trabalho que mais parecem ficar no século passado.
Esses trabalhadores, contratados por seis empresas terceirizadas, decidiram romper o silêncio depois de um ano convivendo com aquilo que muitos chamam, sem exagero, de trabalho degradante.
“Seis banheiros para 2 mil homens”: o retrato do descaso
As denúncias são de cortar o coração e ferir qualquer consciência:
Apenas 6 banheiros químicos para 2 mil trabalhadores;
Sanitários imundos, repletos de dejetos, sem higiene alguma;
Água quente em bebedouros, impossibilitando descanso e hidratação adequada;
Ausência de vestiários, impossibilitando banho após longas e exaustivas jornadas;
Funcionários caminhando 2 km só para registrar ponto — um desgaste inútil e humilhante.
Imagens feitas pelos próprios trabalhadores mostram a realidade crua: fezes acumuladas, moscas e estruturas totalmente incompatíveis com qualquer padrão mínimo de dignidade humana.
Reivindicações são básicas: respeito, segurança e direitos
O que os operários pedem não é luxo, é o mínimo:
30% de adicional de insalubridade,
Auxílio alimentação e transporte,
Cumprimento do piso de R$ 2.658,
Instalação de bebedouros reais,
Banheiros decentes,
Ampliar o refeitório,
Melhorias no transporte interno e externo.
Enquanto isso, as obras seguem completamente paradas, travando acessos e impactando até a BA-530, que dá entrada ao Polo Industrial.
E o passado pesa: BYD já foi alvo de denúncias graves
Não é a primeira vez que o nome BYD aparece associado a violações. Em dezembro passado, 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situação análoga à escravidão, alojados em condições sub-humanas — caso que repercutiu nacionalmente. Em 2024, o Ministério Público do Trabalho abriu ação civil pública contra a montadora e suas empreiteiras.
Se a história se repete, há algo errado. Muito errado.
Dois caminhos se abrem para Camaçari
O avanço da BYD poderia ser uma benção para a economia local, com empregos, oportunidades e circulação de renda.
Mas sem dignidade, nenhum progresso tem valor.
Ou a empresa assume sua responsabilidade social e moral — ou continuará carregando o peso de um desenvolvimento forjado na dor e no suor daqueles que constroem, com as próprias mãos, o que não podem usufruir.
Os trabalhadores já disseram: basta. Agora é a vez da sociedade reagir.
“Quando um trabalhador grita, é porque a dignidade já foi arrancada há muito tempo. Compartilhe para que esse grito nunca mais seja silenciado.”
Foto: Internet







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