Quando a Violência Vence o Jogo: Pai e Filho Condenados a Mais de 20 Anos por Assassinato Brutal no Oeste da Bahia
- Nilson Carvalho

- há 22 horas
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Por Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia
O que deveria ser apenas mais um jogo terminou em tragédia, dor e luto. Em Formosa do Rio Preto, no extremo oeste baiano, a Justiça deu uma resposta firme a um crime que chocou a população: pai e filho foram condenados a 21 anos de prisão pelo assassinato brutal de um jovem de 27 anos, morto a facadas após um desentendimento banal.
O julgamento aconteceu na última terça-feira (9), no Tribunal do Júri da Comarca de Formosa do Rio Preto, e trouxe à tona uma realidade dura que muitas comunidades conhecem bem: quando a intolerância, a violência e a falta de diálogo tomam o lugar do respeito, qualquer discussão pode terminar em morte.
Um crime à luz do dia
O homicídio ocorreu em 3 de junho de 2024, por volta das 14h, na zona rural do distrito de Canabrava. A vítima, Alex Gomes dos Santos, estava sentada tranquilamente em frente a uma igreja — símbolo de fé e paz — quando foi surpreendida pelos agressores.
Segundo os autos, Joílson da Cunha Oliveira segurou Alex pelo pescoço enquanto seu filho, Janderson da Silva Oliveira, desferia golpes de faca na região do abdômen. A cena foi presenciada pela própria mãe da vítima, Carmen Dias dos Santos, que em depoimento descreveu o desespero de ver o filho sendo atacado sem chance de defesa.
Alex ainda foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Uma vida jovem interrompida por um ato de violência que poderia — e deveria — ter sido evitado.
Violência anunciada
O mais grave é que o crime não foi um ato isolado ou impulsivo. Conforme apurado, Alex já vinha sendo ameaçado de morte por Joílson, em decorrência de um desentendimento anterior relacionado a um jogo. Ou seja, a tragédia foi anunciada, e ainda assim nada foi feito a tempo de impedir o pior.
Após o assassinato, pai e filho fugiram, sendo capturados posteriormente em Anápolis, Goiás. Agora, cumprirão a pena em regime fechado.
O que esse caso diz sobre nós?
Como ativista social, é impossível não fazer uma reflexão profunda: quantas vidas ainda serão perdidas por conflitos banais, pela incapacidade de dialogar e pela normalização da violência?
Esse caso escancara a urgência de políticas públicas de prevenção, educação emocional, mediação de conflitos e valorização da vida, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.
A condenação traz um sentimento de justiça, mas não devolve uma vida perdida nem apaga a dor de uma mãe. A punição é necessária, sim, mas não pode ser o único caminho. O povo precisa de mais proteção, mais orientação e mais oportunidades para escolher a paz.
“Justiça foi feita, mas a vida não volta. Até quando a violência vai roubar nossos filhos? Compartilhe, reflita e diga não à banalização da morte.”
Foto: Internet







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