Projeto do VLT abre novas portas para marisqueiras e pescadores do Subúrbio de Salvador
- Nilson Carvalho

- 25 de ago.
- 2 min de leitura

Por: Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
Quem olha para as obras do VLT de Salvador talvez só veja trilhos, máquinas e concreto. Mas, por trás desse grande investimento, começa a nascer também uma mudança social que já dá frutos no coração do Subúrbio Ferroviário.
Marisqueiras e pescadores, que sempre viveram do suor tirado das águas da Baía, hoje estão sendo capacitados para transformar sua realidade. O projeto social ligado ao VLT está oferecendo formação em boas práticas de manipulação, produção de alimentos e até biojoias, preparando essa gente guerreira para trabalhar na futura Unidade de Beneficiamento de Pescados.
O engenheiro de pesca José Carlos Bezerra, do Instituto Ori, explicou que a ideia foi unir infraestrutura com geração de renda e desenvolvimento humano. O processo começou ouvindo as comunidades de Gamboa de Baixo, Paripe, Plataforma e arredores. “Buscamos entender a realidade dessas famílias, identificar os potenciais e transformar isso em oportunidade. Hoje já temos resultados concretos”, disse.
Um exemplo vem da marisqueira Rosana, da Colônia Z67 em Paripe, que há quase 20 anos tira o sustento do mar. Com brilho nos olhos, ela contou que os cursos trouxeram esperança de um novo futuro. “Aprendi a fazer bolinhos, mas escolhi seguir na área da alimentação, porque é o que eu gosto de fazer. Agora me sinto preparada para crescer ainda mais”, relatou.
O olhar de um ativista social
Essa iniciativa mostra algo fundamental: quando a obra pública vai além do concreto e alcança as pessoas, o impacto se multiplica. Não se trata apenas de modernizar o transporte, mas de garantir que o povo do Subúrbio tenha oportunidade de andar nos trilhos do desenvolvimento.
Esse tipo de projeto é um divisor de águas. Ele dá dignidade às marisqueiras que, tantas vezes esquecidas, sustentam famílias inteiras com seu trabalho invisível. Ele dá perspectiva aos pescadores que vivem à mercê da maré. Ele dá voz e vez a quem, por décadas, só foi lembrado em época de eleição.
Se o poder público entender que cada grande obra deve caminhar junto com a inclusão social, teremos não só uma cidade mais moderna, mas também um povo mais forte e independente.
Compartilhe e reflita: obras que transformam vidas são muito maiores do que qualquer obra de concreto.
Foto: Internet







Comentários