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“Preciso mudar de profissão para acessar a Lei Rouanet?”



Indignação toma conta de artistas populares após liberação de R$ 1,3 milhão para homenagear prostíbulo, enquanto projetos sociais com décadas de atuação seguem sendo ignorados pelo sistema.

 

Cultura à margem: até quando teremos que implorar por reconhecimento?

 

Será que terei que mudar de profissão para, enfim, ter acesso à Lei Rouanet? Essa é a pergunta que ecoa entre tantos artistas e fazedores de cultura que há anos se dedicam, sem descanso, a transformar vidas — mas que continuam invisíveis aos olhos do poder público.

 

Nós, que vivemos da arte e do artesanato, estamos cansados. Cansados de ver nossos projetos sociais, voltados para crianças, idosos e adolescentes — especialmente em zonas rurais — sendo indeferidos uma e outra vez, sem explicação convincente. Projetos construídos com amor, experiência, seriedade e mais de duas décadas de trabalho voluntário. Sem apoio de prefeitura, governo estadual ou federal.

 

Enquanto isso, assistimos, estarrecidos, à notícia de que R$ 1,3 milhão foram liberados pela Lei Rouanet para homenagear um prostíbulo. Não se trata aqui de julgar a profissão mais antiga da história. Mas sim de questionar prioridades. O que mais precisa ser feito para que a arte popular, a cultura viva das comunidades esquecidas, seja levada a sério neste país?

 

Quantos artistas ainda terão que morrer esquecidos, com seus talentos enterrados junto com eles? Quantos legados serão apagados pelo descaso, enquanto o Estado investe em “espetáculos” que ignoram o sofrimento e a necessidade de quem realmente constrói a cultura na base?

 

Como artista plástico, como embaixador da cultura, como cidadão, pergunto:

devemos desistir?

Devemos abandonar as crianças que atendemos com tanto esforço?

Devemos fechar nossas portas e esperar que o tempo apague as ações que mudaram tantas vidas?

 

Ou será que ainda é possível sonhar com um Brasil onde a arte transforma e é valorizada, onde a cultura não é negociada, e onde o talento dos esquecidos é finalmente lembrado?

 

Enquanto houver voz, não calaremos.

Enquanto houver esperança, continuaremos lutando.

 

Porque cultura não é luxo.

Cultura é direito.

E o Brasil precisa, urgentemente, lembrar disso.

 

 

 

 

 

Enquanto a arte educa e salva, o sistema investe no esquecimento.”

 

Fotos: GPAB

Nilson  Carvalho

 

Jornalista | Embaixador da Paz | Defensor dos Direitos Humanos I Escritor I Apresentador I Poeta I Artista Plástico I Ambientalista I Conselheiro de Cultura I Terapeuta I

 

Cadeira Acadêmica na AMCL, OMDDH, AIAP e Academia Mundial de Artes, Ciências e Letras do Brasil

 

Doutor Honoris Causa – Ordem dos Capelães do Brasil

 




 

 

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