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Pr. Ivo Leandro o Colunista. O Combustível da Economia: Entre Promessas e Realidade



O preço dos combustíveis no Brasil sempre foi um tema sensível, com impacto direto na vida do cidadão comum e na economia do país. Desde a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao terceiro mandato, sua política para o setor foi marcada por promessas de alívio aos consumidores, mas também por decisões que geraram questionamentos. O discurso de que "o povo voltaria a sorrir" com preços mais baixos na bomba encontrou desafios no caminho, revelando a complexidade desse mercado e as contradições entre a política e a prática.

 

A Promessa de Lula e a Realidade do Mercado

 

Durante a campanha de 2022, Lula prometeu rever a política de preços da Petrobras, que até então seguia o Preço de Paridade Internacional (PPI), atrelado ao dólar e ao mercado externo. O PPI, implantado no governo de Michel Temer e mantido por Jair Bolsonaro, era criticado por tornar os combustíveis vulneráveis às oscilações internacionais. Lula, ao assumir, anunciou uma nova política de preços, buscando reduzir essa dependência.

 

Na prática, o governo mudou a regra, abandonando o PPI e trazendo mais previsibilidade, mas isso não significou necessariamente um alívio contínuo para os brasileiros. Em maio de 2023, a Petrobras anunciou um novo modelo de precificação, que consideraria custos internos e competitividade de mercado. Porém, mesmo sem a paridade automática, os reajustes não deixaram de acontecer, e o alívio prometido se mostrou limitado.

 

O Impacto no Dia a Dia do Brasileiro

 

A expectativa popular era de uma queda significativa nos preços dos combustíveis. No entanto, apesar da redução inicial no valor da gasolina e do diesel em alguns momentos, fatores como impostos, variação cambial e a cotação do barril de petróleo continuaram influenciando os preços. Um exemplo prático: um motorista de aplicativo, que em 2022 abastecia seu carro por cerca de R$ 5,50 o litro, chegou a pagar menos no início de 2023, mas viu o preço subir novamente ao longo do ano. Para ele, a instabilidade persiste e impacta diretamente seus ganhos.

 

Outro caso é o do caminhoneiro, que depende do diesel. O custo do frete segue pressionado pelo combustível, afetando toda a cadeia produtiva e o preço dos alimentos no supermercado. Se a política de preços mudou, a sensação de insegurança no bolso do consumidor permanece.

 

Impostos e Contradições

 

Lula também prometeu reduzir o impacto dos impostos sobre os combustíveis, mas a reoneração parcial de tributos como PIS/Cofins e a CIDE voltou a pesar na conta. Em 2023, o governo reonerou a gasolina e o etanol gradualmente, alegando necessidade de arrecadação para cumprir metas fiscais. Na prática, isso significou que a tão esperada redução nos preços foi, em parte, anulada pela volta dos impostos.

 

Ao mesmo tempo, a política de subsídios ao diesel e ao gás de cozinha gerou um alívio temporário para alguns setores, mas às custas de maior gasto público. Isso levanta um questionamento válido: até que ponto o governo pode equilibrar o desejo de preços mais baixos com a necessidade de manter as contas públicas saudáveis?

 

O Que Esperar do Futuro?

 

O governo Lula segue buscando uma equação que reduza impactos para o consumidor sem comprometer a Petrobras e a arrecadação federal. No entanto, a volatilidade do mercado global e as próprias decisões políticas internas tornam essa missão desafiadora.

 

A grande questão que permanece para o cidadão comum é: a mudança na política de preços trouxe um alívio real ou apenas trocou um modelo por outro sem resolver o problema essencial? Afinal, pouco importa se a gasolina segue ou não o PPI, se no fim do mês o orçamento das famílias continua pressionado pelo custo do abastecimento.

 

Enquanto isso, os brasileiros seguem ajustando suas rotinas, cortando despesas e buscando alternativas para driblar os altos custos. A política de combustíveis de Lula é, sem dúvida, um tema de grandes debates, mas sua eficácia se mede na prática, no dia a dia de quem abastece e sente no bolso o peso de cada decisão.

 

Pr. Ivo Leandro



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