Por que a política parece não mudar? E como isso pesa no nosso bolso e na nossa vida
- Dimas Carvalho
- 29 de mai.
- 2 min de leitura

Você já se perguntou por que, mesmo depois de tantas promessas, discursos bonitos e eleições, o Brasil continua patinando nos mesmos problemas? Educação que não anda, saúde cheia de fila, segurança que não traz segurança nenhuma... Pois é, isso não acontece por acaso. Tem raiz lá atrás, na forma como o país saiu da ditadura e entrou na chamada Nova República.
Quando o Brasil se redemocratizou, em 1985, muita gente acreditou que as coisas iam, finalmente, entrar nos trilhos. Mas, na prática, a tal “mudança” foi muito mais um grande acordo de bastidores do que uma transformação de verdade. Quem mandava antes, continuou mandando, só que agora usando roupas diferentes. O primeiro presidente civil, que deveria representar uma nova era, era, na verdade, uma velha figura da política do regime anterior.
E o discurso que venderam para o povo era bonito: “É melhor assim, sem traumas, devagar e sempre”. Só que, nesse caminho “lento e gradual”, o que ficou de lado foi a verdadeira reforma que poderia mudar o jogo: a reforma política.
Sem ela, o que aconteceu? A política virou palco de interesses pequenos, de grupos e de indivíduos, e não da coletividade. Em vez de discutir o futuro do país, muitos preferiram discutir como garantir sua própria eleição, como manter seus cargos e privilégios.
O reflexo disso? Está no seu dia a dia. A falta de investimento certo na saúde, o transporte ruim, a educação pública que não prepara, a insegurança que tira o sono... Isso tudo é fruto de um sistema que nunca foi ajustado para funcionar de forma justa, transparente e eficiente. É como querer que um carro velho, sem manutenção, rode como se fosse novo.
E tem mais. Na falta de lideranças sérias, o que se vê é uma corrida atrás de celebridades, influenciadores, ex-jogadores, artistas... gente que até pode ser boa no que faz, mas que não entende (e nem sempre quer entender) os problemas profundos do Brasil. São usados como “puxadores de votos”. E, passada a eleição, somem, deixam o vazio que só faz aumentar.
No fim das contas, o projeto de país fica sempre adiado. E quem paga essa conta? Eu, você e todo mundo que depende dos serviços públicos, que luta pra pagar as contas, que quer segurança, educação pros filhos e saúde de qualidade.
A verdade é que enquanto não houver coragem pra encarar de frente a reforma política — aquela que organize, moralize e dê mais responsabilidade aos partidos e seus representantes —, a gente vai continuar rodando em círculos. Com muita promessa e pouca entrega.
Por isso, entender como a política funciona não é papo de quem gosta de política. É papo de quem quer entender por que a vida, às vezes, não anda como deveria. Porque, sim, quando a política não funciona, quem sofre é quem acorda cedo todo dia pra trabalhar, pagar imposto e tentar viver com dignidade.
Foto: Internet
Por: Dimas Carvalho – Escritor, Palestrante e Ativista Social.
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