Ponte Salvador–Itaparica: promessa de ouro ou armadilha disfarçada?
- Nilson Carvalho

- 4 de ago.
- 2 min de leitura

Por Nilson Carvalho | Papo de Artista Bahia
Com investimento público que saltou de R$ 1,5 para R$ 3,7 bilhões, governo e concessionária prometem retorno milionário. Mas será que o povo vai mesmo ganhar com isso?
A tão falada Ponte Salvador–Itaparica voltou aos holofotes — e com um preço bem mais salgado. O governo da Bahia firmou um novo contrato com a concessionária responsável pela obra, aumentando o aporte público de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,7 bilhões. Um salto gigantesco, pago com o dinheiro do povo. A promessa? Um retorno quatro vezes maior para a economia baiana.
Segundo o CEO da empresa chinesa que lidera a obra, os estudos mostram que o investimento vai gerar frutos: empregos, crescimento econômico e modernização da infraestrutura do estado. Mas a pergunta que não quer calar é: esses frutos vão cair no colo do povo ou só no prato dos grandes empresários?
O discurso do progresso — e a dúvida no coração do povo
O projeto está sendo vendido como revolucionário. A ponte, segundo os defensores, não será apenas uma ligação física entre Salvador e a Ilha de Itaparica, mas um motor de desenvolvimento para o Recôncavo e o interior. O investimento total da obra está estimado em mais de R$ 10,6 bilhões, com previsão de conclusão em 2031 — ou antes, se o pedágio puder começar a ser cobrado.
Mas vamos por partes.
Sim, a ponte pode trazer benefícios:
Redução no tempo de deslocamento;
Aumento no fluxo turístico;
Geração de empregos durante e após a construção;
Integração de regiões historicamente isoladas.
Mas também há pontos que precisam ser ditos sem rodeios:
O aumento de R$ 2,2 bilhões no investimento público não foi amplamente discutido com a população;
Comunidades tradicionais da ilha, pescadores e marisqueiras ainda enfrentam incertezas sobre seu futuro;
A cobrança de pedágio pode transformar um benefício público em um privilégio de quem pode pagar;
Existe o risco de gentrificação, onde os mais pobres são expulsos das áreas valorizadas pela obra.
A ponte é do povo ou só passa por cima dele?
Como ativista social, é impossível não levantar um alerta:
"O progresso que não alcança as mãos do povo é só maquiagem para interesses privados."
Será que essa ponte vai mesmo melhorar a vida dos que hoje enfrentam filas imensas nos terminais marítimos, ou vai apenas facilitar o acesso de quem já tem carro e dinheiro pra pagar pedágio?
Transparência, diálogo e compromisso com a inclusão social precisam ser prioridades. Sem isso, a ponte corre o risco de virar mais um símbolo de desigualdade disfarçado de modernidade.
REFLITA, COMPARTILHE E COBRE!
A ponte pode até gerar lucro para alguns, mas o povo precisa de retorno real, com acesso garantido, respeito aos territórios e emprego digno.
Você concorda com esse aumento bilionário no uso do dinheiro público? A ponte é mesmo prioridade diante de tantos problemas urgentes como saúde, educação e transporte?
Vamos debater esse tema com consciência e coragem.
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Foto: Internet







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