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Perder Peso, Mas a Que Custo? O Alerta que Toda Mulher Precisa Ouvir

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Por Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador da Cultura e dos Direitos Humanos

 

No mundo moderno, onde o corpo ideal é promovido como sinônimo de sucesso e saúde, medicamentos como Wegovy e Mounjaro ganharam status de “solução milagrosa”. No entanto, por trás do marketing sedutor e da popularidade crescente nas redes sociais, emerge um alerta urgente: o risco de gravidez inesperada causado pela interação desses remédios com anticoncepcionais orais.

 

Segundo a agência reguladora de medicamentos do Reino Unido, esses fármacos – utilizados para controle de peso e diabetes – retardam a digestão, o que compromete a absorção da pílula anticoncepcional. A digestão mais lenta significa que os hormônios do anticoncepcional podem demorar mais a entrar na corrente sanguínea ou nem serem absorvidos adequadamente, aumentando o risco de falhas contraceptivas. Em casos como o do Mounjaro, a absorção hormonal foi reduzida em até 20% e atrasada em quatro horas, segundo estudo citado pelo site The Conversation.

 

Para mulheres que fazem uso contínuo de métodos contraceptivos, essa informação é mais do que técnica: é um alerta vital. Estamos falando de decisões que mudam vidas — a maternidade não planejada, principalmente em contextos de vulnerabilidade social, é uma das grandes causas de evasão escolar, pobreza entre mulheres e negligência dos direitos reprodutivos.

 

Relatos de ao menos 40 gestações não planejadas entre usuárias de GLP-1 associados a anticoncepcionais levantam uma pergunta ética, social e médica: por que esse tipo de informação ainda não está sendo amplamente divulgado como deveria? Quantas vidas mais serão afetadas pelo silêncio farmacológico e pela pressa estética?

 

Além da lentidão digestiva, os efeitos colaterais comuns dos remédios, como vômito e diarreia — principalmente nas primeiras semanas de uso — também interferem diretamente na absorção de anticoncepcionais. O corpo feminino, mais uma vez, paga o preço de um sistema que vende soluções sem advertência suficiente sobre seus impactos reais.

 

No Brasil, a Anvisa finalmente tomou uma atitude. Desde 23 de junho, farmácias e drogarias devem reter a receita médica na venda desses medicamentos, como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Saxenda. A medida visa garantir que o uso seja acompanhado por profissionais e que os riscos sejam devidamente explicados. Mas será suficiente?

 

A responsabilidade não é apenas das agências de saúde. Cabe à imprensa, aos profissionais de saúde e à sociedade civil levantar a bandeira da informação clara, acessível e urgente, especialmente quando os corpos e os direitos das mulheres estão em jogo.

 

Enquanto o corpo da mulher for alvo de soluções rápidas e silêncios perigosos, a verdadeira liberdade continuará sendo adiada. Compartilhe esta matéria. Alguém precisa saber antes que seja tarde.

Foto: Internet

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