O Preço da Insanidade Virtual: Quando um “Desafio” de Internet Flerta com a Morte
- Nilson Carvalho

- 3 de jul.
- 2 min de leitura

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Ambientalista e Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura
Em tempos onde o valor da vida parece disputar espaço com curtidas, views e seguidores, um episódio recente nos obriga a parar — e refletir. No último dia 24 de junho, um homem, com os olhos vendados, deitou nos trilhos da CPTM, em Itaquaquecetuba, e aguardou a passagem de um trem sobre o próprio corpo, em um suposto "desafio de internet". A cena, gravada por um comparsa, expôs uma realidade alarmante: o culto ao perigo em troca de minutos de notoriedade digital.
A Linha 12-Safira foi parcialmente paralisada.
Passageiros foram colocados em risco.
Um maquinista, que poderia ter sua vida destruída emocionalmente, foi forçado a acionar o sistema de emergência.
A Polícia Civil agora investiga o caso como perigo de desastre ferroviário e incitação ao crime.
No vídeo, o silêncio da imprudência é quebrado apenas por gritos de euforia do cinegrafista, como se a vida — ou a morte — fosse apenas parte do roteiro de um espetáculo mórbido.
O que leva alguém a transformar os trilhos de um trem em palco?
O que estamos ensinando quando viralizar se torna mais importante do que viver?
A CPTM, em nota, foi clara: invadir faixas ferroviárias é crime e atitudes assim colocam em risco vidas inocentes e todo o sistema ferroviário. A empresa colabora com a Delegacia de Itaquaquecetuba para identificar os envolvidos.
Mas a reflexão que essa matéria propõe vai além da investigação.
Ela é um apelo.
Aos pais.
Aos educadores.
Às redes sociais.
A todos nós.
Não podemos naturalizar a loucura travestida de entretenimento.
A vida não é um jogo. O trem que passa sobre um corpo também passa sobre sonhos, famílias, futuros — e arrasta consigo uma sociedade inteira que se acostumou a ver a dor como espetáculo.
Compartilhe. Reflita. Ensine. Porque entre o trem e o trilho, o que deve passar é o bom senso — não a vida de um jovem.
– Nilson Carvalho
Foto: Internet







Idiota