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O Fim dos Cursos EaD: O que isso significa para o povo brasileiro?

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Por: Jornalista Nilson Carvalho. Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura – Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

Vai acabar! Mais de 20 cursos de graduação na modalidade Ensino à Distância (EaD) deixarão de existir até a primeira quinzena de setembro no Brasil. A decisão faz parte da Nova Política de Educação à Distância, publicada pelo Ministério da Educação (MEC), que altera de forma radical a vida de milhares de estudantes.

 

Entre os cursos que não poderão mais ser oferecidos 100% online estão áreas essenciais como Fisioterapia, Nutrição, Educação Física, Farmácia, Pedagogia e várias Licenciaturas. Para o povo, isso soa como um verdadeiro baque — afinal, a educação à distância foi, para muitos, a única porta de entrada para o sonho da graduação.

 

O impacto no bolso e na vida do estudante

 

De um lado, o governo argumenta que a medida traz mais qualidade, transparência e segurança na formação dos futuros profissionais. De outro, é impossível não enxergar o drama social por trás dessa mudança.


Quantos jovens da periferia, trabalhadores e mães de família só conseguiram estudar porque o EaD permitia flexibilidade de horários e custos mais acessíveis?

 

A estudante Mariana Souza, de 24 anos, de Salvador, relatou a angústia que sentiu ao saber da notícia:

 

“No começo fiquei preocupada, porque investi tempo e dinheiro no curso à distância, mas fiquei aliviada ao saber que poderei concluir minha graduação normalmente.”

 

Para quem já está matriculado, não haverá mudanças — os cursos seguem até a conclusão. O peso cai mesmo sobre quem sonhava em ingressar. Agora, será preciso encarar formatos presenciais ou semipresenciais, o que exige tempo, deslocamento e, muitas vezes, dinheiro que o povo não tem.

 

A quem essa decisão realmente serve?

 

Como ativista social, levanto uma pergunta que ecoa nas ruas e nos becos da nossa Bahia: essa mudança beneficia o povo ou atende aos interesses de grandes grupos econômicos?

É inegável que um médico, um fisioterapeuta ou um educador precisam de prática. Mas, ao mesmo tempo, fechar portas em vez de ampliar acessos é caminhar na contramão da inclusão.

 

Milhares de brasileiros poderão ver o sonho da universidade escorrer pelos dedos. A juventude das quebradas, os trabalhadores noturnos, as mães solo que estudavam de madrugada, todos eles agora terão mais obstáculos.

 

O que esperar daqui pra frente?

 

O MEC garantiu que faculdades poderão solicitar a migração para o regime semipresencial. Isso pode ser um respiro, mas ainda está em análise. Enquanto isso, a dúvida e a ansiedade batem forte em cada estudante que depende da educação como única forma de mudar sua realidade.

 

No fim das contas, o que está em jogo não é só um decreto, mas a chance de transformação de milhares de vidas. Educação não pode ser privilégio de poucos — tem que ser direito de todos.

 

Reflexão final:

Se a educação abre portas, por que estamos trancando tantas delas?

Pare, pense, reflita: sem acesso à universidade, quem perde não é só o estudante, é todo o Brasil.

 

Foto: Internet

 

 
 
 

1 comentário


Gratia Cynthia
06 de set.

Excelente artigo, que nos leva a reflexão sobre a importância de se formar profissionais qualificados. No entanto, o governo em vez de abrir portas, age de forma contrária dificultando mais o acesso às universidades.

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