O Dedo no Gatilho do Irã e o Silêncio do Mundo: Quando a Vingança Se Torna Símbolo de Feridas Não Curadas
- Nilson Carvalho
- 24 de jun.
- 2 min de leitura

Por: Dimas Carvalho – Colunista do Jornal Papo de Artista Bahia e Ativista Social.
Três anos após o ataque que eliminou o general iraniano Qassem Soleimani em solo iraquiano, as brasas da tensão continuam acesas no Oriente Médio. Em uma declaração que ecoa como um grito de dor e resistência, o ministro da Defesa do Irã, Mohamad Reza Ashtiani, afirmou: “Estamos com o dedo no gatilho. Vingaremos a morte de nosso herói.”
Soleimani não era apenas um general — para o Irã, era símbolo de estratégia, influência regional e patriotismo. Para os EUA, um “inimigo do Estado”. Para o mundo, uma peça central no tabuleiro geopolítico do Oriente Médio. Sua morte, ordenada pelo então presidente Donald Trump em 3 de janeiro de 2020, foi o estopim de uma série de ameaças, retaliações e um medo latente de guerra.
Agora, o aviso do Irã ressurge com força. “Os autores deste ato covarde serão punidos no momento e lugar menos esperado”, declarou o comando militar iraniano, em um tom que revela muito mais que ameaça — revela a dor não digerida de um povo que viu um de seus líderes cair diante dos olhos do mundo, sem julgamento, sem diálogo, sem trégua.
Mas o que há por trás da retórica da vingança?
Há a sede por justiça, a humilhação da soberania, a memória coletiva marcada por sangue. Há também o risco real de uma escalada sem volta, de uma nova era de destruição, num mundo que já carrega o peso de guerras demais, muros demais e silêncios cúmplices demais.
Essa é uma matéria que não fala apenas sobre política internacional. Fala sobre a fragilidade da paz global, sobre o ciclo do ódio, sobre como as feridas do passado continuam moldando o futuro de milhões. O dedo no gatilho do Irã é um reflexo de um planeta onde a diplomacia falha, onde os conflitos são televisivos e onde as mortes viram estatísticas.
Enquanto líderes trocam ameaças, famílias choram perdas irreparáveis. Enquanto nações brigam por orgulho, crianças crescem em campos de refugiados, e o mundo parece se acostumar com o inaceitável.
"Quando a vingança se torna herança, a paz morre em silêncio. Que essa história nos lembre: sem diálogo, não há futuro. Compartilhe para despertar corações ainda adormecidos pela indiferença."
Foto: Internet
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