Montadora vai gerar empregos em Camaçari… Mas a que custo?
- Dimas Carvalho

- 29 de mai.
- 2 min de leitura

Atenção, Camaçari! A montadora chinesa BYD, que chegou prometendo gerar milhares de empregos e movimentar a economia da cidade, anunciou que começa sua produção no dia 26 de junho. Uma notícia que muita gente esperava, principalmente quem tá na luta por uma oportunidade de trabalho.
Mas nem tudo são flores. No mesmo momento em que anuncia o início da produção, a empresa tá no centro de uma denúncia muito séria: o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) processou a BYD e duas empreiteiras por submeter 220 trabalhadores chineses a condições análogas à escravidão e por tráfico de pessoas.
Isso acende um sinal de alerta gigante. Porque, sim, a chegada da BYD pode gerar empregos, movimentar o comércio, fortalecer a economia local e abrir portas pra muita gente. Mas também levanta uma pergunta que não pode ser ignorada: que tipo de trabalho está sendo oferecido? Com quais condições? Com respeito aos direitos dos trabalhadores?
Camaçari sabe muito bem o que é viver altos e baixos com a indústria. Já viu fábrica fechar, gente perder emprego, comércio minguar. Agora, com a chegada dessa nova gigante, todo mundo torce pra dar certo. Mas dar certo de verdade. Não às custas de exploração, de desrespeito, de abuso.
Porque quando uma empresa não respeita nem seus próprios trabalhadores, quem garante que vai respeitar a comunidade? O meio ambiente? A cidade?
Por isso, é importante estar atento, acompanhar, cobrar transparência. Porque, sim, a geração de emprego é fundamental, mas emprego digno, com direitos garantidos, salário justo e respeito à vida de quem trabalha.
O desenvolvimento não pode vir com dor, nem com sofrimento. Tem que vir com dignidade.
Foto: Internet Por: Dimas Carvalho - Escritor, Palestrante e Ativista Social.







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