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“Minha Casa, Minha Humilhação”: Quando a Esperança Vira Fila de Desrespeito em Jequié

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Por: Dimas Carvalho – Colunista do Jornal Papo de Artista Bahia e Ativista Social.


Em Jequié, no Vale do Jiquiriçá, um direito essencial tem sido transformado em sofrimento: o acesso à moradia digna. Famílias em situação de extrema vulnerabilidade, muitas com crianças, idosos e pessoas com deficiência, estão sendo submetidas a verdadeiras provas de humilhação para se inscrever no programa federal Minha Casa, Minha Vida.

 

Na tentativa de garantir uma vaga em um dos 496 imóveis previstos, moradores denunciam um cenário indigno: madrugadas inteiras em frente à Secretaria de Infraestrutura, sob frio, fome e insegurança, para disputar uma das 100 senhas diárias distribuídas arbitrariamente. Enquanto isso, denúncias graves apontam privilégios e favorecimentos na entrega das senhas, desrespeitando o critério de prioridade que deveria ser garantido por lei.

 

Entre os relatos mais dolorosos, estão os de mães com filhos pequenos e pessoas com deficiência que foram dispensadas sem atendimento, mesmo estando legalmente entre os grupos prioritários, conforme os Estatutos da Pessoa com Deficiência, da Criança e do Adolescente, da Pessoa Idosa e outras legislações em vigor.

 

“Não adianta divulgar e não cumprir. Se pessoas com necessidades especiais estão sendo desrespeitadas, imagine quem não está nessa condição”, lamentou um dos denunciantes.

 

Mais que descaso, o que se vê é uma ferida aberta na dignidade de quem mais precisa. O programa Minha Casa, Minha Vida é uma política pública de reparação social, criada para garantir moradia digna a quem historicamente vive à margem — e não para submeter essas pessoas a longas filas, constrangimentos e omissão institucional.

 

Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Jequié não se manifestou sobre as denúncias.

 

O povo clama por justiça e, deixo aqui um chamado urgente às autoridades locais, estaduais e federais:


Moradia não é luxo. É direito constitucional. E nenhum programa público pode ser executado com base em desorganização, privilégios ou falta de empatia.

 

“Quando o povo precisa dormir na fila para ter onde morar, é o poder público que está sem teto moral.”


Compartilhe. Reflita. Cobre. A dignidade não pode continuar em segundo plano.


Foto: Internet

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