Meninas de Ouro: Estudantes Baianas Conquistam o Mundo com Tecnologia e Inclusão
- Nilson Carvalho
- 3 de jun.
- 2 min de leitura

Em tempos em que a esperança parece tropeçar nas pedras da desigualdade, quatro jovens baianas mostraram ao mundo que a educação ainda é uma das maiores potências de transformação social. Gracielle, Isabelle, Lorena e Maria Eduarda, alunas do Instituto Federal da Bahia (IFBA), campus Camaçari, romperam barreiras e foram além: conquistaram dois prêmios internacionais na Huawei ICT Competition 2024-2025, na China, com um projeto inovador de acessibilidade para pessoas com deficiência visual.
Tecnologia com propósito
A proposta vencedora, batizada de PaceFree, é mais do que um aplicativo. É um grito silencioso de empatia e inovação: trata-se de uma solução que une Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) para criar rotas urbanas seguras, com um semáforo inteligente capaz de identificar obstáculos em tempo real — tudo pensado para oferecer autonomia a quem enxerga com o coração.
Inspirado por uma vivência pessoal de Gracielle com uma colega de baixa visão, o projeto nasceu da escuta sensível, do desejo de ajudar e da coragem de transformar dificuldades em soluções. O caminho até a China foi longo e desafiador: falta de transporte escolar, cortes de orçamento, ausência de estrutura. Mas nada foi maior do que a vontade dessas meninas de fazer a diferença.
Do IFBA para o mundo
Com o apoio dos professores Lanuza Lima e Adilson Almirante, e o impulso inicial do programa Power4Girls – Empower to Lead!, o projeto evoluiu, ganhou corpo, voz e, mais tarde, visibilidade global. A equipe foi destaque na categoria Innovation, e ainda reconhecida no Women in Tech Global, tornando-se símbolo do que acontece quando talento encontra oportunidade.
Durante a competição na China, além de apresentarem o projeto em inglês para uma banca de especialistas, as estudantes vivenciaram uma verdadeira imersão tecnológica e cultural — visitando centros de inovação, participando de fóruns, trocando experiências com estudantes do mundo inteiro e, mais que tudo, reafirmando que a Bahia está, sim, entre os grandes nomes da inovação global.
Educação que transforma
A conquista não foi só técnica. Foi humana. Foi social. É a prova viva de que meninas da periferia, da rede pública, com força, foco e apoio, podem ocupar espaços globais — e criar soluções que mudam vidas.
"Representar a Bahia — sendo a única equipe baiana — e o nosso campus, que enfrentava dificuldades como a falta de transporte e cortes no orçamento, foi um sinal claro de que estudantes, mesmo em contextos desafiadores, podem alcançar grandes feitos", declarou Gracielle, emocionada.
Inspiração para o presente e o futuro
A trajetória das estudantes do IFBA é mais que um caso de sucesso: é um chamado à valorização da educação pública, ao empoderamento feminino na tecnologia e à urgência de se investir em inclusão e acessibilidade com ações concretas.
Que a história dessas meninas nos lembre: tecnologia sem empatia é apenas código. Mas quando há propósito, até o impossível se torna rota acessível.
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Foto: Internet
Jornalista Nilson Carvalho
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