Mar Revolto, Vidas em Risco: Quando o Medo Navega Junto com o Povo”
- Nilson Carvalho

- 21 de out.
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho — Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
Na tarde desta segunda-feira (20), o que era pra ser apenas mais uma travessia entre Salvador e Itaparica se transformou em minutos de tensão e desespero. O mar, revoltado e sem aviso prévio, invadiu o convés de veículos do ferry-boat Maria Bethânia, quase arrastando motocicletas e deixando passageiros em pânico.
Vídeos circulando nas redes sociais mostram cenas de apreensão — gente gritando, correndo, vestindo coletes salva-vidas às pressas, tentando entender o que estava acontecendo. O que era rotina virou medo. O que era travessia, virou provação.
Segundo a Internacional Travessias Salvador, responsável pelas embarcações, o episódio foi causado por uma “onda de forte intensidade, potencializada pelos ventos”. A empresa afirmou que a tripulação agiu rapidamente, controlando a situação e garantindo a segurança dos passageiros.
Mas para quem viveu o susto, a explicação técnica não apaga o trauma. E o povo quer saber: por que ainda navegamos em meio a tantos riscos?
Será que a estrutura atual das embarcações está preparada para enfrentar as mudanças do clima, o avanço das marés, o impacto dos ventos? Ou estamos confiando demais na sorte?
A Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) determinou a suspensão parcial do sistema ferry-boat, permitindo o funcionamento apenas dos navios maiores — Dorival Caymmi e Zumbi dos Palmares — e somente para transporte de passageiros.
As travessias entre Salvador e Mar Grande e também Salvador e Morro de São Paulo seguem suspensas.
A bandeira vermelha foi hasteada na Baía de Todos-os-Santos, alertando para o mau tempo, ressaca e ventos fortes. O mar está pedindo respeito — e talvez, pedindo socorro.
O alerta do Centro de Hidrografia da Marinha segue ativo, e o telefone 185 continua disponível 24h para emergências.
Mas o que esse episódio escancara vai além da meteorologia. Ele revela a fragilidade do transporte marítimo que serve ao povo baiano, que depende dessas embarcações para trabalhar, estudar, viver.
Quando o mar fala, é bom escutar. O aviso pode não ser só do vento, mas da necessidade urgente de investimentos, fiscalização e prevenção.
“O mar ensina: quem ignora o perigo da maré, naufraga antes de chegar ao destino.”
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Foto: Internet







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