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MANIFESTO DE REPÚDIO À POLÍTICA CULTURAL DA SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA


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MANIFESTO DE REPÚDIO À POLÍTICA CULTURAL DA SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA

 

Nós, profissionais da cultura da Bahia — artistas, produtores, técnicos, mestres da cultura popular, gestores, pesquisadores, educadores e agentes dos diversos segmentos que compõem o fazer cultural do nosso Estado — tornamos público nosso mais profundo repúdio à política pública cultural conduzida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

 

É lamentável que um estado como a Bahia — matriz da cultura brasileira, berço de uma das mais vigorosas expressões artísticas da América Latina — não disponha de dotação orçamentária própria e estruturada para seu campo cultural.

 

A atual gestão tem se apoiado quase exclusivamente em recursos de editais vinculados a leis emergenciais, criadas com o objetivo de mitigar os impactos da pandemia e não para substituir uma política cultural de Estado.

 

A produção artística não pode estar subordinada à lógica fragmentada e imediatista de interesses partidários na gestão pública. Qual o projeto cultural do Estado da Bahia?

 

A cultura exige continuidade, investimento constante, planejamento, escuta ativa e compromisso com a diversidade da produção cultural baiana.

 

A insatisfação com a descontinuidade das ações culturais se manifesta em todos os segmentos do fazer artístico.

 

Nos últimos dez anos, segundo dados do Observatório de Economia Criativa da Bahia (OBEC), o Estado reduziu sistematicamente seu investimento no setor.

 

Trata-se de um desmonte progressivo que compromete não apenas a realização de projetos, mas a própria sustentabilidade econômica da cultura baiana.

 

Reivindicamos uma Secretaria de Cultura que compreenda a complexidade e a amplitude da cultura na Bahia, que conheça de fato a dinâmica de suas linguagens, territórios e tradições.

 

Precisamos de uma escuta institucionalizada, continuada e comprometida com todos os profissionais da área — sem distinção ou favorecimentos.

 

A sistemática negação de diálogo, a falta de transparência e a ausência de critérios claros nos processos seletivos revelam o desinteresse da atual gestão em construir uma política pública séria, estável e sustentável para o setor.

 

Esse contexto de exclusão e apagamento jamais promoverá o desenvolvimento de uma economia criativa sólida ou justa para a Bahia.

 

Demandamos:

* Uma política pública de Estado para a cultura, com linhas de apoio para os diferentes segmentos culturais;

* A previsão de recursos próprios no orçamento estadual para as diversas linhas;

* Publicação de parâmetros claros, transparentes e democráticos para a inscrição e seleção dos projetos;

* A realização periódica e calendarizada dos processos seletivos;

* Garantia de continuidade para os projetos culturais como princípio fundamental de qualquer política pública.

 

* A lei Nº 13193 DE 13/11/2014, publicado no DOE - BA em 14 novembro de 2014, na gestão do Governador Wagner e do Secretário de Cultura, Albino Rubin que cria o Plano Estadual de Cultura da Bahia está até hoje à espera de regularização.

 

A existência de uma lei que sirva de eixo tanto para os fazedores de cultura como para os gestores públicos é fundamental, demandamos sua regularização.

 

* A escolha de cargos são prerrogativas do governo, contudo se faz necessário que a escolha dos gestores públicos seja fundamentada no conhecimento, experiência, credibilidade na área e representativos de diferentes perspectivas e backgrounds.

 

* A arte é sempre uma expressão de um tempo. Cabe ao poder público criar as condições para que as expressões culturais se desenvolvam, registrem o momento histórico e criem memória.

 

O papel da Secretaria de Cultura da Bahia — estado fundador da nação — é o de reunir, estimular e promover as múltiplas manifestações culturais da nossa rica e múltipla identidade nacional.

 

Nosso papel, como fazedores da cultura, é demandar uma política pública de Estado para a cultura e resistir à lógica excludente, fragmentada e binária que insiste em tratar a cultura como evento, e não como o legitimo direito de expressar a complexa diversidade de perspectivas que constitui a cultura da Bahia.

 

Seguiremos mobilizados, vigilantes e ativos, exigindo respeito, transparência e compromisso com a cultura baiana.

 

Salvador, 27 de junho de 2025.

 

[Assinaturas de coletivos, fóruns, entidades, grupos e profissionais da cultura]:

 

José Walter Lima – cineasta e artista visual

Edyala Yglesias – cineasta

Antonio Olavo – cineasta

José Umberto Dias – cineasta

Albenísio Fonseca – poeta / compositor /jornalista

Zivé Guidice – artista visual

Almandrade – artista visual

Dicinho – artista visual

Jacson Costa – ator

Vitor Rocha – cineasta / produtor

Tuzé de Abreu – cantor / compositor

Bernard Attal – cineasta /produtor

Dimitri Ganzelevitch – produtor cultural

Lula Oliveira – cineasta

Henrique Dantas – cineasta

Julio Góes – ator / cineasta

Guache Marques – artista visual

Raimundo Bujão – produtor cultural

Bertrand Duarte – ator / produtor cultural

Sofia Federico – cineasta

Joel de Almeida – cineasta

Pedro Semanovsky – diretor de fotografia

Marcello Benedictis – produtor / técnico de som

José Carlos Torres – diretor de fotografia

Roberto Torres – escritor / roteirista

Maurício Xavier – produtor

Eduardo Ayrosa – produtor / sound designer

Yara Espinheira – produtora

Daniela Floquet –

Produtora Cultural

Carlei Daltro - Produtor Cultural

Nilson carvalho – Jornalista, Artista Plástico, Professor de Artes Visuais 

 

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