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Justiça, Memória e Esperança: A absolvição de uma ex-prefeita e os ecos de uma vida dedicada ao povo


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Mesmo após sua morte, Maria Angélica Lopes Carvalho, a “Gel”, tem seu nome limpo pela Justiça Federal, reacendendo debates sobre julgamento prévio, integridade e legado na política.

 

Antônio Cardoso, Bahia – Quatro anos após sua partida, a ex-prefeita Maria Angélica Lopes Carvalho, carinhosamente chamada de Gel, teve seu nome definitivamente retirado de uma das páginas mais delicadas de sua trajetória pública: uma ação por improbidade administrativa que, segundo a Justiça Federal, jamais deveria ter sido movida.

 

A decisão, proferida pela juíza Luciane B. D. Pivetta, da 1ª Vara Federal de Feira de Santana, absolveu Gel e outros réus de todas as acusações envolvendo a execução de obras de pavimentação e drenagem no povoado de Santo Estêvão Velho, fruto de um convênio federal de R$ 600 mil. A sentença reconheceu que não houve dolo — ou seja, intenção deliberada de causar dano ao erário público — por parte da então gestora, tampouco dos demais envolvidos.

 

O processo se baseava em alegações do Ministério Público Federal (MPF) de que apenas 24% da obra teria sido concluída, gerando um prejuízo estimado em mais de R$ 550 mil. A defesa, contudo, apresentou evidências técnicas e documentos que apontaram para a execução de quase metade do projeto previsto. Além disso, comprovou-se que parte dos recursos foi devolvida e que medidas foram tomadas contra a empresa que abandonou a obra.

 

A engenheira responsável pela medição, Nádia Cristina Moreira Rodrigues, apontou falhas nos cálculos do MPF, demonstrando que os serviços realizados foram subestimados de forma crítica. O laudo técnico, plantas "as built" e boletins de medição reforçaram a legalidade dos atos administrativos.

 

A decisão marca mais que uma vitória jurídica — representa um resgate simbólico do legado de uma mulher que, mesmo sob suspeita, jamais deixou de acreditar na força da verdade.

 

Maria Angélica, falecida em 2020, não teve a chance de ouvir o veredito que confirma sua integridade. Mas sua memória, agora oficialmente limpa, reacende um chamado silencioso para que o julgamento político e social não antecipe o trabalho da Justiça.

 

Quantas reputações são enterradas vivas por julgamentos precipitados? Que essa história sirva de alerta e inspiração: "A verdade pode demorar, mas ela sempre encontra o caminho para emergir. Que sejamos justos antes de sermos juízes."

 

Compartilhe. Reflita. Não apague memórias que ainda merecem justiça.


Foto: Internet

Texto: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos

 
 
 

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