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Idosos, crianças e uma fila ignorada: denúncia anônima expõe possível favorecimento e ameaça à equidade no atendimento da UPA do Phoc

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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia


Uma denúncia anônima recebida por nossa redação lança luz sobre um problema tão antigo quanto doloroso: a sensação de que, no serviço público, o peso do nome pode valer mais que a dor do povo. O caso teria ocorrido na última terça-feira, por volta das 17h55, na UPA do Phoc, em Camaçari, e envolve a suspeita de favorecimento no atendimento, supostamente motivado pela influência social de uma paciente.

 

Segundo o relato, uma mulher deu entrada na unidade acompanhada do namorado, que estaria passando mal, com dor intensa e pressão alta. A espera se estendeu por quase uma hora — até que, por volta das 18h50, uma blogueira local teria chegado ao local. De acordo com a denunciante, a funcionária responsável pelo acolhimento teria não apenas agilizado a ficha da influenciadora, como também permitido que ela seguisse rapidamente para a triagem, às 19h10, ultrapassando pacientes que aguardavam há muito mais tempo, incluindo idosos e crianças.

 

A denunciante descreve a situação como uma cena de “risadas e ousadia” entre a funcionária e a influenciadora, o que intensificou a percepção de desigualdade e indignação entre quem esperava atendimento. Ao questionar a situação, a mulher relata ter sido surpreendida com uma resposta que, segundo ela, extrapola qualquer limite institucional: após a confusão, foi informada de que o namorado — ainda sem atendimento — não seria mais acolhido por "causar tumulto". Em seguida, uma guarnição da polícia teria sido acionada para se dirigir ao local.

 

O caso, se confirmado, escancara um problema crítico: a ruptura da confiança entre população e serviços públicos de saúde. O atendimento por ordem de chegada — salvo urgências comprovadas por classificação de risco — é um direito fundamental. E quando esse direito parece ser violado em favor de nomes conhecidos, quem perde é a coletividade: os humildes, os vulneráveis, os que não têm seguidores, mas têm dor.

 

Situações como essa expõem não apenas falhas operacionais, mas uma ferida social mais profunda — a de que o poder simbólico ainda pode, em muitos casos, se sobrepor à necessidade real. Em um país onde o SUS é, ao mesmo tempo, patrimônio e refúgio, qualquer indício de privilégio deve ser investigado com rigor.

 

A denúncia reforça a urgência de mecanismos de fiscalização, transparência e responsabilidade dentro das unidades de saúde, para que nenhum cidadão — influente ou anônimo — seja tratado de forma desigual. A população merece respeito. A dor merece prioridade. A saúde não pode ser palco de privilégios.

 

Leia, compartilhe e reflita: quando o direito de todos é ferido, o silêncio de um só é cúmplice.


Foto; Denunciante anônima


2 comentários


Convidado:
há 2 dias

Foi exatamente assim! Uma blogueira passou na frente de todo mundo! Inclusive saiu da triagem com a pulseira verde, mostrando claramente que não era um caso de urgência. Inclusive tinha idosos de 81 anos esperando atendimento! E a recepcionista disse que a idosa não era prioridade. Isso foi ignorado pela recepção e pela direção.

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Anonimo
há 2 dias

Unidade terceirizada, lotada de funcionários indicados politicamente, não é de se esperar conduta diferente

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