Fábrica da BYD na Bahia: promessa ou jogo de cena? O que o povo tem a ganhar (ou perder) com isso
- Nilson Carvalho

- 9 de ago.
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
Quando se fala em “fábrica de carros” chegando à Bahia, a primeira imagem que vem na cabeça é de empregos, desenvolvimento e oportunidades batendo à porta do povo. Mas será que é isso mesmo que vai acontecer ou estamos diante de mais uma promessa bonita para ser exibida em palanque?
O empresário Sergio Habib, que já tentou trazer a JAC Motors para a Bahia e acabou vendo o sonho virar pó, falou sem rodeios: o governo chinês não tem interesse em montar fábricas que gerem empregos fora da China. O modelo que eles preferem aqui é o SKD — os carros chegam prontos, só desmontados, e aqui no Brasil apenas “se monta” de novo. Ou seja, quase nada de produção local, quase nada de peças brasileiras, e pouquíssimos empregos de verdade.
Ele foi direto: “O ar do pneu é chinês”. Essa frase, além de provocadora, levanta um alerta: será que a BYD vai mesmo instalar uma produção nacional ou vai repetir a novela da GWM, que adia a inauguração da fábrica ano após ano?
E o que isso significa para o povo baiano?
Se a fábrica for só “de fachada”, o impacto econômico real será mínimo. Os empregos que todos esperam podem não vir, e a arrecadação do estado também não terá o salto que justificaria os incentivos fiscais. É o risco de ver terrenos, estruturas e até dinheiro público sendo comprometidos em um projeto que pouco retorna para a comunidade.
Por outro lado, o interesse do brasileiro por carros chineses está crescendo — e muito. Só neste ano, as vendas aumentaram mais de 40%. Isso mostra que o mercado existe, e se a Bahia conseguir garantir produção local, aí sim podemos ter geração de renda e desenvolvimento. Mas, para isso, será preciso pressão popular e compromisso político real.
O alerta social
Como ativista, eu digo: o povo não pode assistir a esse jogo de camarote. Precisamos cobrar transparência, exigir contrapartidas e garantir que qualquer benefício fiscal dado à empresa traga retorno concreto para os baianos. Caso contrário, seremos apenas consumidores de carros estrangeiros, financiando empregos… lá na China.
"Promessa que não vira emprego é como carro sem motor: faz barulho, mas não leva ninguém a lugar nenhum."
Foto: Internet







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