Eles Também Sentem Fome! Projeto Quer Garantir Alimentos Seguros Para Quem Tem Alergia ou Intolerância — Mas e a Voz do Povo, Foi Ouvida?
- Dimas Carvalho
- 21 de mai.
- 2 min de leitura

Imagine abrir uma cesta básica com a esperança de alimentar sua família — e descobrir que quase tudo ali pode te deixar doente. Essa é a realidade de milhares de brasileiros que convivem com alergias alimentares, intolerância à lactose, doença celíaca, diabetes e hipertensão. Pessoas que precisam escolher entre passar fome ou arriscar a saúde.
Mas uma luz começou a brilhar no fim do túnel: a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que exige a inclusão de alimentos específicos para essas condições nos programas públicos de alimentação e nas cestas básicas.
Ótimo passo, certo? Mas quando isso começa a valer? Quem são os verdadeiros beneficiados? A sociedade civil foi ouvida? Os pacientes foram chamados para contribuir com o projeto?
Essas perguntas ainda não têm resposta clara — e precisam ser cobradas.
A Fome Que Ninguém Vê
De que adianta uma cesta básica cheia de leite, farinha e bolacha recheada para uma pessoa com intolerância à lactose ou alergia ao trigo? Isso não é assistência, é descaso. É como entregar um prato envenenado a quem mais precisa de cuidado.
Quem vive com restrição alimentar sabe: alimentos seguros custam caro, muitas vezes são raros e quase nunca estão nas ações sociais do governo. E isso é injusto.
Crianças em risco, adultos esquecidos
O problema não é pequeno. Dados revelam que:
8% das crianças com até dois anos têm algum tipo de alergia alimentar.
40% dos adultos brasileiros sofrem de intolerância à lactose.
Mas essas pessoas quase nunca são lembradas quando o governo planeja ações contra a fome.
E o povo? Foi consultado?
Até agora, não ficou claro se a sociedade civil organizada — associações de pacientes, mães atípicas, ONGs e especialistas da área — foi convidada a participar da construção desse projeto. E a gente sabe: quem não vive a dor, não entende o peso dela.
Se queremos uma lei que funcione de verdade, ela precisa ser construída com quem sente na pele a exclusão do prato.
E aí, quando essa lei sai do papel?
O projeto ainda vai passar por mais três comissões na Câmara:
Saúde
Finanças e Tributação
Constituição e Justiça
Depois disso, vai pro Senado. E só depois, poderá virar lei. Ou seja: o caminho é longo, e a pressão da sociedade é ESSENCIAL para que ele não pare no meio.
Isso não pode ser só promessa de palanque
Garantir alimentos adequados não é luxo, é direito. É saúde, é dignidade. E mais: é justiça social.
Se o governo realmente quer combater a fome, precisa parar de tratar todos os estômagos como se fossem iguais.
O que você pode fazer agora
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Cobre audiência pública com a participação de pacientes, médicos, nutricionistas e ONGs. O povo precisa ser ouvido!
Chega de invisibilidade!
A fome tem várias caras. E quem vive com restrições alimentares também sente fome, também sofre, também precisa comer com segurança. O prato deles importa — e o Brasil precisa entender isso agora.
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Foto: Internet
Por: Dimas Carvalho – Escritor, Palestrante e Ativista Social.
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