top of page

Câncer já mata mais que doenças do coração em 60 cidades da Bahia: um alerta que não pode ser ignorado

ree

Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

A realidade bateu à nossa porta: em 60 cidades da Bahia, o câncer já ultrapassou as doenças do coração como principal causa de morte em 2025. Se antes a gente acreditava que infartos e AVCs eram os grandes vilões da saúde, agora a estatística mostra que outro inimigo vem crescendo silenciosamente – e já tirando milhares de vidas.

 

Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo, e Vera Cruz, na Região Metropolitana de Salvador, estão entre os municípios que mais registraram mortes por câncer este ano. Em 2024, eram 28 cidades nessa situação. Em 2025, o número mais que dobrou.

 

Por que isso está acontecendo?

 

Os especialistas apontam dois lados dessa moeda:

 

Avanços no tratamento das doenças cardiovasculares, que hoje têm mais medicamentos, acompanhamento pelo SUS, cirurgias modernas e prevenção acessível.

 

Mas, ao mesmo tempo, a incidência de câncer não para de crescer, seja pelo envelhecimento da população, seja pelos hábitos de vida e até pela poluição.

 

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) já previa: só entre 2023 e 2025, mais de 700 mil novos casos surgiriam no Brasil. E o dado mais alarmante é que entre pessoas com menos de 50 anos os casos de câncer cresceram 79% em 30 anos.

 

O peso do estilo de vida

 

O câncer não é apenas questão de genética. Segundo médicos, 95% dos fatores estão ligados a hábitos de vida e ambiente.

 

A obesidade está relacionada a 13 tipos de câncer.

 

O tabagismo segue como causa forte de câncer de pulmão e bexiga.

 

O consumo exagerado de álcool e ultraprocessados é outro gatilho mortal.

 

 Em outras palavras: a forma como vivemos está decidindo a forma como morremos.

 

O desafio da prevenção

 

Exames de rotina são cruciais para o diagnóstico precoce:

 

Mamografia a partir dos 40 anos;

 

Preventivo (Papanicolau) para mulheres a partir dos 25;

 

Colonoscopia aos 45 anos;

 

PSA e toque retal para homens a partir dos 50 (ou antes, se houver histórico na família).

 

Mas, na Bahia, muitos pacientes chegam aos hospitais vindos de cidades distantes, já com a doença em estágio avançado. Isso mostra uma falha grave na descentralização da saúde e um alerta sobre a desigualdade de acesso.

 

E agora?

 

Como ativista social, digo sem medo: não basta comemorar avanços tecnológicos se o povo não tem acesso rápido e digno a exames e tratamento. Não adianta campanhas bonitas na TV se na ponta, na vida real, mães, pais, filhos e avós estão morrendo sem oportunidade de lutar contra a doença.

 

O câncer não é apenas uma estatística. Ele tem rosto, nome e história.

 

Se queremos um futuro diferente, precisamos agir agora:

 

Prevenção e educação alimentar nas escolas.

 

Facilitar exames no SUS, especialmente no interior.

 

Campanhas de conscientização contínuas, não apenas no Outubro Rosa ou Novembro Azul.

 

Reflita e compartilhe: se a vida é o nosso maior patrimônio, por que não estamos cuidando dela como prioridade?


Foto: Internet

Comentários


  • Youtube
  • Instagram
  • Facebook

©2025 Papo de Artista Bahia - Todos os direitos autorais reservados.​

(71) 98682-7199
bottom of page