Câncer já mata mais que doenças do coração em 60 cidades da Bahia: um alerta que não pode ser ignorado
- Nilson Carvalho

- 18 de ago.
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
A realidade bateu à nossa porta: em 60 cidades da Bahia, o câncer já ultrapassou as doenças do coração como principal causa de morte em 2025. Se antes a gente acreditava que infartos e AVCs eram os grandes vilões da saúde, agora a estatística mostra que outro inimigo vem crescendo silenciosamente – e já tirando milhares de vidas.
Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo, e Vera Cruz, na Região Metropolitana de Salvador, estão entre os municípios que mais registraram mortes por câncer este ano. Em 2024, eram 28 cidades nessa situação. Em 2025, o número mais que dobrou.
Por que isso está acontecendo?
Os especialistas apontam dois lados dessa moeda:
Avanços no tratamento das doenças cardiovasculares, que hoje têm mais medicamentos, acompanhamento pelo SUS, cirurgias modernas e prevenção acessível.
Mas, ao mesmo tempo, a incidência de câncer não para de crescer, seja pelo envelhecimento da população, seja pelos hábitos de vida e até pela poluição.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) já previa: só entre 2023 e 2025, mais de 700 mil novos casos surgiriam no Brasil. E o dado mais alarmante é que entre pessoas com menos de 50 anos os casos de câncer cresceram 79% em 30 anos.
O peso do estilo de vida
O câncer não é apenas questão de genética. Segundo médicos, 95% dos fatores estão ligados a hábitos de vida e ambiente.
A obesidade está relacionada a 13 tipos de câncer.
O tabagismo segue como causa forte de câncer de pulmão e bexiga.
O consumo exagerado de álcool e ultraprocessados é outro gatilho mortal.
Em outras palavras: a forma como vivemos está decidindo a forma como morremos.
O desafio da prevenção
Exames de rotina são cruciais para o diagnóstico precoce:
Mamografia a partir dos 40 anos;
Preventivo (Papanicolau) para mulheres a partir dos 25;
Colonoscopia aos 45 anos;
PSA e toque retal para homens a partir dos 50 (ou antes, se houver histórico na família).
Mas, na Bahia, muitos pacientes chegam aos hospitais vindos de cidades distantes, já com a doença em estágio avançado. Isso mostra uma falha grave na descentralização da saúde e um alerta sobre a desigualdade de acesso.
E agora?
Como ativista social, digo sem medo: não basta comemorar avanços tecnológicos se o povo não tem acesso rápido e digno a exames e tratamento. Não adianta campanhas bonitas na TV se na ponta, na vida real, mães, pais, filhos e avós estão morrendo sem oportunidade de lutar contra a doença.
O câncer não é apenas uma estatística. Ele tem rosto, nome e história.
Se queremos um futuro diferente, precisamos agir agora:
Prevenção e educação alimentar nas escolas.
Facilitar exames no SUS, especialmente no interior.
Campanhas de conscientização contínuas, não apenas no Outubro Rosa ou Novembro Azul.
Reflita e compartilhe: se a vida é o nosso maior patrimônio, por que não estamos cuidando dela como prioridade?
Foto: Internet







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