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Corridas de rua em Salvador: esporte, resistência e inclusão – ou mais um luxo para poucos?

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Por: Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

Setembro chegou trazendo não só a primavera, mas também um verdadeiro festival de corridas de rua em Salvador. Entre os destaques, estão a já conhecida Maratona de Salvador, o Circuito das Estações e a Corrida da Águia. Para quem olha de fora, pode parecer apenas esporte e lazer. Mas, quando olhamos de perto, percebemos que essas provas falam muito mais sobre a cidade, sobre saúde pública, sobre desigualdade e até sobre o direito de ocupar os espaços.

 

📅 O calendário esportivo da cidade

 

07/09 – II Corrida 100% Você

 

07/09 – Plastic Run

 

13/09 – Track&Field Shopping Paralela

 

14/09 – Corrida da Águia / Corrida Farmácia Brito / Corrida Hub Lighthouse

 

20/09 – Maratona Salvador

 

21/09 – Maratona Salvador

 

28/09 – Circuito das Estações (Primavera) / Corrida 40+ Salvador / Corrida Saúde Crônica

 

 Corrida é saúde ou privilégio?

 

É inegável: o esporte é um poderoso remédio para corpo e mente. Correr significa cuidar da saúde, driblar o estresse e criar laços comunitários. Mas surge a pergunta que não quer calar: essas corridas estão ao alcance de todos?

 

Enquanto a elite paga inscrições caras e veste tênis de última geração, muita gente da periferia que gostaria de participar fica de fora. A corrida, que poderia ser ferramenta de inclusão, muitas vezes se torna vitrine para poucos.

 

O impacto social do movimento

 

Eventos assim movimentam turismo, comércio, restaurantes, hotéis e até o transporte. Gera renda, sim. Mas o benefício coletivo precisa ser maior. A cidade deveria investir em pistas acessíveis, espaços públicos seguros e programas que incentivem jovens de comunidades carentes a se envolver com o esporte. Correr não pode ser um luxo, precisa ser um direito democrático.

 

Esporte é mais que performance, é resistência!

 

Quando um trabalhador comum veste o tênis surrado e encara a rua, ele não está apenas correndo: está resistindo ao sistema que insiste em deixá-lo para trás. Cada passo é um grito de liberdade, um ato de afirmação de que saúde, lazer e ocupação do espaço público pertencem ao povo.

 

As corridas de setembro vão, sim, colorir Salvador e trazer fôlego novo para quem participar. Mas que essa energia não seja só para quem pode pagar. O verdadeiro desafio da cidade é transformar esses eventos em oportunidades reais de inclusão, saúde e dignidade para todos.

 

Porque quando a corrida é só para alguns, o povo inteiro fica para trás.

 

Compartilhe essa matéria e vamos juntos transformar esporte em ferramenta de igualdade.

 

Foto: Internet

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