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Comunidade se mobiliza para recuperar Lagoa Busca Vida, que volta a revelar sua beleza natural


Incêndio provocou alerta e vem acelerando a revitalização desse ecossistema único no litoral baiano

 

Moradores do Condomínio Busca Vida (CBV), no litoral norte da Bahia, estão protagonizando uma grande mobilização ambiental para revitalizar a Lagoa Busca Vida, um ecossistema raro e sensível que há anos sofre com o avanço da degradação causada por um processo chamado eutrofização –em que a água recebe carga excessiva de nutrientes e matéria orgânica, promovendo o crescimento descontrolado de algas, macrófitas e plantas aquáticas. O movimento coletivo, que envolve moradores, especialistas e a administração do condomínio, vem promovendo ações intensas de manejo, com a retirada de toneladas de resíduos orgânicos e vegetação invasora. “Pela primeira vez em muito tempo, décadas até, é possível contemplar novamente o espelho d’água em algumas áreas — um sinal visível da transformação em curso”, explica Marcelo Dourado, síndico administrador do CBV.



 

O engajamento da comunidade tem sido o motor da mudança. Acompanhando de perto cada fase do processo, moradores envolvidos na Comissão Ambiental têm contribuído com trabalho voluntário, buscado apoio financeiro e promovendo ações de conscientização. “É uma conquista coletiva. A lagoa é parte essencial do nosso cotidiano e da paisagem. Vê-la assim, respirando de novo, nos enche de esperança”, conta Petra Schaeber, líder da Comissão Ambiental.

 

A Lagoa Busca Vida é considerada um dos últimos ecossistemas de baixada litorânea preservados da região, com características ambientais raras, mas o processo de eutrofização, com o acúmulo excessivo de nutrientes e de matéria orgânica, foi provocando ao longo dos anos, de forma natural, a proliferação de plantas aquáticas e causando o desequilíbrio da biodiversidade.

 

 

 

Um incêndio que mudou tudo

 

 

A recuperação ganhou novo ritmo após o incêndio ocorrido em fevereiro deste ano, que atingiu parte da vegetação do entorno da lagoa e serviu de alerta para os riscos que a degradação representa. “O fogo chegou a menos de dez metros das casas. O pouco que restava da lâmina d’água serviu como barreira natural. Ali ficou claro o papel estratégico da lagoa para proteção ambiental”, relembra Marcelo Dourado, síndico administrador do Condomínio Busca Vida (CBV).

 

Desde 2019, a Comissão Ambiental do CBV tem conduzido estudos e audiências públicas para debater o manejo adequado do ecossistema. Mas foi a partir do incêndio que a mobilização ganhou força e os esforços se intensificaram. Máquinas passaram a remover toneladas de resíduos e vegetação acumulada, a nascente conhecida como Fonte dos Padres foi revitalizada, e áreas como a frente da Praça das Tartarugas e da Gleba 70/71 (Pôr do Sol) estão em plena intervenção. Estima-se que cerca de mil toneladas de material já tenham sido retiradas.

 

“Estamos vencendo desafios técnicos, financeiros e logísticos por meio de um esforço coletivo. Para ampliar nossas ações, o condomínio busca apoio institucional visando o direcionamento de recursos oriundos de compensações ambientais", explica Marcelo Dourado.

 



Localizada dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga, a Lagoa Busca Vida cumpre funções ecológicas essenciais: purificação da água, regulação hídrica e abrigo para diversas espécies. A expectativa da comunidade é que o esforço sirva de modelo para outras regiões que enfrentam desafios semelhantes. Para isso, a administração do CBV segue buscando apoio institucional, técnico e financeiro para garantir a continuidade das ações de preservação. “Revitalizar a lagoa é proteger a história, a biodiversidade e o futuro da nossa região. É um compromisso ambiental e comunitário que agora ganhou voz e ação”, conclui Dourado.

 



 

 
 
 

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