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Casa Artesanato da Bahia fechada: quando a burocracia cala a voz de 600 artesãos

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Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

Um espaço que sempre pulsou cultura, talento e identidade baiana hoje está em silêncio. Desde o dia 25 de julho, a Casa Artesanato da Bahia, no Porto da Barra – antigo Instituto Mauá – está de portas fechadas. E o motivo não foi a falta de turistas, nem desinteresse do público. A razão é um emaranhado burocrático que interrompeu não apenas um ponto de venda, mas a esperança de mais de 600 artesãos baianos que dependem desse espaço para sobreviver.

 

Estamos falando de mais de 10 mil criações únicas — peças que carregam história, ancestralidade e a essência do nosso povo — presas atrás de portas fechadas. Enquanto isso, famílias que vivem do artesanato sofrem a ausência de renda, turistas deixam de levar consigo lembranças autênticas da Bahia e a cidade perde um pedaço vivo do seu patrimônio cultural.

 

A justificativa oficial é a transição de gestão entre a Associação Fábrica Cultural e o Instituto Curupira, responsável por assumir o espaço. Para reabrir, ainda é preciso finalizar o levantamento patrimonial e contratar novos funcionários. Uma etapa necessária, sem dúvida, mas que expõe como a morosidade administrativa pode ferir diretamente aqueles que já vivem à margem.

 

O artesão não pode esperar. A panela não espera. A vida não espera.

 

É urgente lembrar que cada peça vendida ali representa muito mais que um produto: é comida na mesa, é dignidade, é a preservação de saberes ancestrais. Deixar esse espaço fechado por quase um mês é como calar a voz da Bahia diante do mundo.

 

A pergunta que não quer calar é: até quando a burocracia vai ser maior do que a necessidade do povo?

 

Reflexão final: o artesanato é o coração pulsante da nossa cultura. Quando ele deixa de bater, é a Bahia inteira que perde o fôlego. Que essa luta não seja apenas dos artesãos, mas de todos nós que acreditamos na força da cultura como instrumento de resistência e sobrevivência.

 

Compartilhe, reflita e faça essa voz ecoar.

2 comentários


Jacyra Calheira
23 de ago.

Desde novembro com a transição, fechou na alta estação, Natal e Ano Novo, não aceitaram material para venda o suficiente, sem lugar para expor as peças, sem vendas até 15 de julho, quando fecharam com promessa de abrir na primeira semana de agosto.

Imagine o prejuízo desses 600 artesoes sem conseguir se manter por todo esse tempo!!!

Mas os artesoes abaixam a cabeça e aceitam!! Medo de serem prejudicados ainda mais!

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Convidado:
23 de ago.

Concordo.apesar de dizerem que era necessário, não justifica a morosidade.

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