Carretas do PCC paradas em Camaçari expõem riscos à saúde, ao bolso do povo e ao futuro do Brasil
- Nilson Carvalho

- 2 de set
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho
Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura – Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
Camaçari acordou com um alerta que vai muito além da nossa cidade: carretas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) continuam estacionadas em um posto de combustível na Região Metropolitana de Salvador, desde sexta-feira (29). Mais de 22 veículos das empresas G8Log e Moskal Log — apontadas como parte de um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis — estão parados como se nada estivesse acontecendo.
Mas o que isso significa, de verdade, para o povo?
Significa que por trás de cada bomba de combustível adulterado pode estar escondido o risco à vida de milhares de brasileiros. O metanol, substância que essas carretas foram flagradas transportando, não é apenas um produto químico: é um veneno silencioso. Ele destrói carros, contamina o ar, corrói a saúde, podendo causar até cegueira e falência de órgãos. Ou seja: o crime organizado não rouba só dinheiro, ele rouba vida e dignidade.
Significa também que a economia do país é golpeada. Enquanto trabalhadores honestos lutam para manter seu pequeno posto de gasolina, a quadrilha age comprando usinas de etanol endividadas, superfaturando negócios e lavando bilhões por meio de padarias, fintechs e postos de fachada. Isso gera concorrência desleal, quebra de empresas sérias e desemprego — um efeito dominó que afeta o bolso de cada cidadão.
E significa, sobretudo, que a corrupção e a falta de fiscalização eficiente abrem portas para que organizações criminosas tomem conta de setores estratégicos, como energia e combustível, que deveriam ser controlados pelo Estado em nome do povo.
A pergunta que ecoa é: até quando? Até quando o povo vai pagar caro por gasolina adulterada, correr risco de vida em silêncio e assistir ao crescimento de quadrilhas que zombam das leis e da sociedade?
Não basta prender nomes famosos como “Primo” e “Beto Louco” — os supostos chefes dessa engrenagem. É preciso garantir que o crime organizado não continue operando nas barbas das autoridades, porque cada litro de combustível adulterado que chega ao tanque é mais um passo na destruição do país.
Se há algo que essa situação escancara é que o combate ao crime não pode ser feito apenas com operações pontuais, mas com políticas públicas de fiscalização permanente, transparência e, acima de tudo, coragem de enfrentar interesses milionários que alimentam a desigualdade.
Reflexão final: quando a máfia do combustível lucra bilhões, é o povo que paga a conta — com o bolso, com a saúde e com a vida. Está na hora de transformar indignação em voz e cobrança. Porque quem cala diante da injustiça acaba sendo cúmplice dela.
Foto: Internet







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