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Camaforró com dignidade: quando a capacitação se torna ferramenta de transformação social

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Enquanto a maioria enxerga nas festas juninas apenas forró, alegria e tradição, há uma outra face do São João que pulsa com a mesma intensidade: a dos trabalhadores invisíveis, comerciantes populares que enfrentam a informalidade, a falta de reconhecimento e, muitas vezes, o preconceito social.

 

Nesta quarta-feira (11), em Camaçari, a esperança tomou forma no auditório da Casa do Trabalho. Ali, nas cadeiras ocupadas por rostos marcados pelo sol e pela luta diária, nasceu a primeira turma do Capacita Camaforró — um projeto que vai além da capacitação técnica: representa inclusão, respeito e o direito de sonhar com um trabalho digno e valorizado.

 

Promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em parceria com o Senac, o curso de quatro horas ofereceu orientações essenciais sobre qualidade no atendimento, higiene e manipulação de alimentos. Mas o que estava sendo cultivado ali era bem mais profundo: o reconhecimento da importância de cada profissional que, com sua barraca e sua garra, ajuda a fazer o Camaforró acontecer.

 

Para muitos, como Dilma Pires, de 64 anos, que vende acarajé e bebidas nas festas populares, a capacitação é mais que uma exigência — é um gesto de cuidado. "Eles sempre exigem o curso, para ensinar, orientar... é muito importante. A gente trabalha com o povo, e o povo merece respeito."

 

A diretora da ACEPC, Cláudia Patrício, reforçou o valor dessa continuidade. “Não é só comida, é saúde, é responsabilidade. A gente lida com o público. Isso precisa ser levado a sério.”

 

A fala da secretária da Sedec, Adriana Marcele, também revela o compromisso institucional com essa transformação: “Queremos garantir que esses microempreendedores tenham a melhor formação para prestar um serviço de excelência à comunidade.”

 

Contando ainda com o apoio das Secretarias de Serviços Públicos, Desenvolvimento Social e a Coordenação de Eventos, o projeto ganha força como política pública comprometida com os direitos humanos, o combate à informalidade precária e o empoderamento dos trabalhadores populares.

 

Esse investimento em gente — não apenas em estrutura — nos lembra que toda festa popular é construída por mãos anônimas, que merecem reconhecimento, capacitação e dignidade.

 

Que o Camaforró de 2025 seja, então, mais que música: que seja símbolo de inclusão, cidadania e justiça social.

 

 Porque toda barraca de comida é também uma trincheira de resistência.

Compartilhe essa ideia. Que a festa seja para todos — com trabalho digno, comida segura e respeito ao povo.

 

Foto: Patrick Abreu

Por: Dimas Carvalho – Colunista Jornal Papo de Artista Bahia


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