Brasil x Paraguai: enquanto a bola rola, quem segue invisível nas arquibancadas da desigualdade?
- Nilson Carvalho

- 10 de jun.
- 2 min de leitura

Nesta terça-feira (10), às 21h45, milhões de brasileiros estarão diante da TV ou nas arquibancadas da Neo Química Arena, em São Paulo, para acompanhar o confronto entre Brasil e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. A seleção busca recuperar a confiança sob o comando de Ancelotti. Os olhos do país estarão voltados para o campo. Mas quem está olhando para o lado de fora?
Porque fora das câmeras e longe dos holofotes da TV Globo e do Sportv, há outra partida sendo jogada — e perdida — todos os dias no Brasil.
Jovens negros que não terão chance de disputar nem a pelada do bairro porque estão sendo assassinados antes dos 18.
Crianças sem escola, sem merenda, sem perspectiva, torcendo por jogadores que venceram a fome — mas ainda vivem em um país que produz mais miséria do que medalhas.
Mães que rezam para que seus filhos voltem vivos, enquanto outros comemoram gols com segurança e conforto.
Pessoas com deficiência que jamais pisaram em um estádio, porque o acesso ainda é um luxo.
Futebol para quem?
A seleção representa uma nação. Mas que nação é essa quando o ingresso não cabe no bolso do povo, quando o estádio é inacessível, quando a torcida oficial é VIP, e o torcedor raiz segue do lado de fora, com a orelha colada no radinho?
O Brasil que entra em campo hoje precisa lembrar do Brasil que não entra em campo nunca.
A festa do futebol não pode ser um anestésico para a dor social. Que o brilho da camisa amarela não apague o sofrimento de quem veste o uniforme invisível da exclusão.
E no fim do apito, a pergunta que não cala:
“Se o futebol é do povo, por que o povo ainda assiste de tão longe?”
Compartilhe. Reflita. Lute por um país onde o gol mais importante seja o da justiça.
Foto: Internet
Por Nilson Carvalho – Jornalismo com alma, luta e responsabilidade social.







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