“Brasil na Rota do Colapso”: Escassez de Caminhoneiros Pode Parar o País e Atingir o Povo Direto na Mesa
- Nilson Carvalho

- 4 de out.
- 2 min de leitura

Por: Jornalista Nilson Carvalho. Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura — Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
O Brasil está caminhando — e rápido — rumo a um apagão de caminhoneiros, e isso não é exagero. É um alerta real, que ameaça a economia, o abastecimento e o próprio dia a dia do povo trabalhador.
Hoje, mais de 60% de tudo o que consumimos é transportado por rodovias, e o que parecia ser um problema distante começa a bater na porta de cada brasileiro: faltam motoristas para dirigir os caminhões que movem o país.
Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes, apenas 4% dos caminhoneiros têm menos de 30 anos. A profissão que um dia foi símbolo de liberdade e orgulho, agora envelhece sem reposição. Enquanto isso, o custo do transporte sobe, o preço dos produtos aumenta e a economia desacelera.
O jovem Marcos Oliveira, de 26 anos, é uma rara exceção. Filho e neto de caminhoneiros, ele ainda sonha com a estrada. “É uma profissão bonita e digna, mas triste ver que está morrendo”, desabafa.
Um país nas costas do povo da estrada
Durante décadas, os caminhoneiros carregaram o Brasil — literalmente. Enfrentaram pandemia, isolamento, calor, estrada esburacada, insegurança e desvalorização. Mas agora, o cenário é outro: muitos estão desistindo, e poucos querem entrar.
O CEO da CarboFlix, Thelis Botelho, alerta:
“Perdemos um milhão de motoristas nos últimos dez anos e quase não tivemos reposição. Estamos caminhando a passos largos para um colapso.”
Se não houver renovação, caminhões vão parar por falta de condutores, o que significa falta de comida, combustível e produtos nas prateleiras.
Os motivos do abandono
Baixos salários, altos custos de manutenção, longas ausências da família, insegurança nas estradas e falta de estrutura básica — como banheiros decentes ou locais seguros para descanso — são apenas parte do problema.
Como disse o caminhoneiro Salvador Carneiro, 54 anos, com mais de 20 anos de estrada:
“A gente que está na profissão não quer que os filhos ingressem. Eles têm mais oportunidades. Hoje, 90% dos filhos de caminhoneiros estão fazendo faculdade. E a gente entende o motivo.”
O impacto social: quando o caminhão para, o país sente
O apagão de caminhoneiros não afeta apenas as transportadoras. Ele atinge diretamente o povo, que já sofre com a inflação, o custo de vida e a falta de emprego.
Menos caminhoneiros significa frete mais caro, o que significa alimentos mais caros, produtos mais caros e um país ainda mais desigual.
A esperança que resiste na boleia
Ainda assim, há quem acredite. Jovens como Marcos, que seguem firmes, e profissionais veteranos que resistem, mostram que a estrada ainda tem alma. Mas o Brasil precisa reconhecer e valorizar essa categoria antes que seja tarde demais.
Se o caminhoneiro parar, o país para junto. E quando isso acontecer, não haverá desculpa que sustente o preço da omissão.
“Sem caminhoneiro, o Brasil não anda. Valorize hoje quem carrega nas costas o progresso que muitos fingem dirigir.”
Foto: Internet







Esqueceu de informar que o presidente Lula autorizou o Ministério dos Transportes a seguir com o projeto que acaba com a obrigatoriedade das aulas em autoescola para tirar carteira de motorista.
O governo vai abrir uma consulta pública para receber sugestões. É o primeiro passo para o novo modelo na habilitação de motoristas. O Conselho Nacional de Trânsito quer acabar com a exigência das 45 horas de aulas teóricas e das 20 horas de aulas práticas. O candidato poderá escolher entre uma autoescola ou um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran.