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“Brasil na Rota do Colapso”: Escassez de Caminhoneiros Pode Parar o País e Atingir o Povo Direto na Mesa

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Por: Jornalista Nilson Carvalho. Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura — Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

O Brasil está caminhando — e rápido — rumo a um apagão de caminhoneiros, e isso não é exagero. É um alerta real, que ameaça a economia, o abastecimento e o próprio dia a dia do povo trabalhador.

 

Hoje, mais de 60% de tudo o que consumimos é transportado por rodovias, e o que parecia ser um problema distante começa a bater na porta de cada brasileiro: faltam motoristas para dirigir os caminhões que movem o país.

 

Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes, apenas 4% dos caminhoneiros têm menos de 30 anos. A profissão que um dia foi símbolo de liberdade e orgulho, agora envelhece sem reposição. Enquanto isso, o custo do transporte sobe, o preço dos produtos aumenta e a economia desacelera.

 

O jovem Marcos Oliveira, de 26 anos, é uma rara exceção. Filho e neto de caminhoneiros, ele ainda sonha com a estrada. “É uma profissão bonita e digna, mas triste ver que está morrendo”, desabafa.

 

Um país nas costas do povo da estrada

 

Durante décadas, os caminhoneiros carregaram o Brasil — literalmente. Enfrentaram pandemia, isolamento, calor, estrada esburacada, insegurança e desvalorização. Mas agora, o cenário é outro: muitos estão desistindo, e poucos querem entrar.

 

O CEO da CarboFlix, Thelis Botelho, alerta:

 

“Perdemos um milhão de motoristas nos últimos dez anos e quase não tivemos reposição. Estamos caminhando a passos largos para um colapso.”

 

Se não houver renovação, caminhões vão parar por falta de condutores, o que significa falta de comida, combustível e produtos nas prateleiras.

 

Os motivos do abandono


Baixos salários, altos custos de manutenção, longas ausências da família, insegurança nas estradas e falta de estrutura básica — como banheiros decentes ou locais seguros para descanso — são apenas parte do problema.

 

Como disse o caminhoneiro Salvador Carneiro, 54 anos, com mais de 20 anos de estrada:

 

“A gente que está na profissão não quer que os filhos ingressem. Eles têm mais oportunidades. Hoje, 90% dos filhos de caminhoneiros estão fazendo faculdade. E a gente entende o motivo.”

 

O impacto social: quando o caminhão para, o país sente


O apagão de caminhoneiros não afeta apenas as transportadoras. Ele atinge diretamente o povo, que já sofre com a inflação, o custo de vida e a falta de emprego.

 

Menos caminhoneiros significa frete mais caro, o que significa alimentos mais caros, produtos mais caros e um país ainda mais desigual.

 

 A esperança que resiste na boleia

Ainda assim, há quem acredite. Jovens como Marcos, que seguem firmes, e profissionais veteranos que resistem, mostram que a estrada ainda tem alma. Mas o Brasil precisa reconhecer e valorizar essa categoria antes que seja tarde demais.

 

Se o caminhoneiro parar, o país para junto. E quando isso acontecer, não haverá desculpa que sustente o preço da omissão.

 

“Sem caminhoneiro, o Brasil não anda. Valorize hoje quem carrega nas costas o progresso que muitos fingem dirigir.”

 

Foto: Internet


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Convidado:
06 de out.

Esqueceu de informar que o presidente Lula autorizou o Ministério dos Transportes a seguir com o projeto que acaba com a obrigatoriedade das aulas em autoescola para tirar carteira de motorista.

O governo vai abrir uma consulta pública para receber sugestões. É o primeiro passo para o novo modelo na habilitação de motoristas. O Conselho Nacional de Trânsito quer acabar com a exigência das 45 horas de aulas teóricas e das 20 horas de aulas práticas. O candidato poderá escolher entre uma autoescola ou um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran.

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