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Brasil Ferido: A Verdade Cruel Sobre a Violência Contra Mulheres Negras Que a Sociedade Insiste em Ignorar!

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Por: Nilson Carvalho – Coluna Especial, Papo de Artista Bahia

 

Há uma ferida aberta no Brasil — profunda, antiga e sangrando até hoje. Uma ferida construída desde os tempos da colonização, quando mulheres negras e indígenas foram transformadas em alvos de estupro, exploração e violência como instrumentos de poder. Essa violência não ficou no passado. Ela atravessou séculos, moldou nossa sociedade e continua decidindo quem vive, quem sofre e quem morre.

 

Os números não mentem. Eles gritam.

 

Segundo levantamento da DataSenado e do Observatório da Mulher contra a Violência, entre mais de 13 mil mulheres negras entrevistadas, a realidade é estarrecedora:

 

🔸 55% dos atendimentos por violência no sistema de saúde em 2022 foram de mulheres negras;

🔸 67% dos homicídios de mulheres com raça identificada tinham vítimas negras;

🔸 66% das mulheres negras que sofreram violência doméstica não têm renda própria;

🔸 85% vivem sob o mesmo teto que o agressor;

🔸 80% das que têm filhos menores continuam morando com o violentador;

🔸 Apenas 30% procuraram assistência de saúde após agressões graves.

 

O que isso significa?

Que a violência não é acaso. Não é tragédia isolada. Não é erro moral individual.

É projeto. É estrutura. É abandono institucional.

 

O peso da cor da pele e o preço da omissão

 

A mulher negra é, desde sempre, colocada no ponto mais frágil da pirâmide social — e isso não aconteceu por acidente. O racismo e o machismo construíram uma engrenagem que continua funcionando perfeitamente:

a violência acontece, o Estado falha, a sociedade naturaliza, e o ciclo recomeça.

 

Quando não há renda, não há saída.

Quando não há proteção, não há denúncia.

Quando não há políticas públicas, há morte anunciada.

 

E quando tudo isso vira rotina, o país passa a tolerar o intolerável.

 

O que precisa mudar — AGORA

 

Não adianta discurso vazio. Não adianta post em data comemorativa. Não adianta campanha bonita no Dia da Mulher.

 

O que salva vidas são:

 

✔ Políticas públicas contínuas — não promessas eleitorais

✔ Acesso real a saúde, moradia e proteção

✔ Renda própria para quebrar a dependência

✔ Acompanhamento psicológico e jurídico

✔ Orçamento permanente destinado ao enfrentamento da violência

✔ Prevenção antes da agressão virar estatística

 

Porque quando o Estado falha, a violência vira rotina.

E quando a violência vira rotina, ela vira sentença.

 

Brasil, até quando?

 

Não existe futuro justo enquanto mulheres negras continuarem pagando com a pele, com o corpo e com a vida por uma história que não escolheram.

Romper esse ciclo não é favor. É dívida histórica.

É responsabilidade do poder público.

É compromisso social.

 

E é urgente.

 

“Se a dor delas não te dá indignação, é a sociedade que está doente. Compartilhe para que essa verdade jamais seja silenciada.”

 

Foto: Internet


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