BRASIL EM ALERTA: A VERGONHOSA GUERRA NÃO DECLARADA CONTRA AS MULHERES — E O SILÊNCIO QUE MATA MAIS QUE A ARMA
- Nilson Carvalho

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Por: Nilson Carvalho — Jornalista, Terapeuta de Artes, Arte Terapeuta e Psicólogo
Há uma ferida aberta no coração do Brasil — e ela sangra todos os dias. Um sangue que não vem de guerras internacionais, mas de dentro de casa. De lares que deveriam ser refúgio, mas se tornaram cenário de dor, medo e morte. O nome dessa tragédia? Feminicídio. Um crime que não escolhe bairro, classe social, religião ou idade — e que hoje coloca o Brasil entre os maiores assassinos de mulheres do planeta.
Segundo relatórios da ONU e dados oficiais, o Brasil atingiu em 2024 um recorde brutal: 1.450 mulheres assassinadas pelo simples fato de serem mulheres. Isso representa um salto em relação ao ano anterior e confirma uma verdade dura: estamos falhando como sociedade.
E não é só aqui. Na América Latina e Caribe, a cada dia 11 mulheres são violentamente arrancadas de suas famílias, seus sonhos interrompidos pela violência de companheiros, pais, ex-companheiros e até estranhos.
Mas o que leva um homem a cometer tamanha barbaridade?
Por que transformamos amor em posse, cuidado em controle, humanidade em ódio?
O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSA TRAGÉDIA?
Sob o olhar crítico de quem vive o dia a dia do sofrimento humano, como terapeuta, psicólogo e ativista social, é possível identificar alguns pontos centrais que alimentam essa violência:
1. Cultura machista enraizada
Desde pequenos, muitos homens aprendem — consciente ou inconscientemente — que a mulher deve obedecer. Crescem acreditando que perder o controle da companheira é perder a própria masculinidade.
2. Pais abusadores e ciclos de violência
Homens que cresceram assistindo agressões dentro de casa tendem a replicar o comportamento na vida adulta. A violência vira linguagem, e o silêncio vira cumplicidade.
3. Falta de políticas públicas eficientes
As leis existem, mas a proteção falha. Muitas mulheres denunciam, pedem ajuda, gritam — e mesmo assim não são ouvidas. Quando o Estado falha, o feminicídio vence.
4. Romantização do controle e do ciúme
A sociedade ainda ensina que “ciúme é prova de amor”. Não é. Ciúme doentio é o primeiro passo para o fim de uma vida.
5. Saída negada, liberdade punida
Muitos feminicídios ocorrem quando a mulher tenta ir embora.
Quando ela finalmente cria coragem de salvar a própria vida… é quando o agressor decide tirar tudo dela.
A REALIDADE QUE NINGUÉM QUER ENFRENTAR
O feminicídio não nasce no momento do crime.
Ele começa bem antes:
• no grito;
• na humilhação;
• no empurrão;
• no celular vasculhado;
• no isolamento da família;
• na roupa proibida;
• no medo constante.
O feminicídio é o último capítulo de uma história que poderia ter acabado antes — se a sociedade, as autoridades e a família tivessem agido.
UMA CRISE GLOBAL — MAS UMA VERGONHA QUE O BRASIL LIDERA
Enquanto países menores podem até apresentar taxas proporcionais maiores, o Brasil lidera em números absolutos. Somos um dos países onde mais mulheres morrem por serem mulheres.
E isso não é coincidência:
É abandono, descaso, normalização da violência.
A ONU já reconheceu: o feminicídio é uma epidemia mundial, e o Brasil está na linha de frente — não para combater, mas para sofrer e produzir mais vítimas.
E AGORA? O QUE A HUMANIDADE PRECISA ACORDAR PARA ENTENDER?
Precisamos ensinar aos nossos meninos que amor não é domínio.
Precisamos acolher nossas meninas para que nunca aceitem o mínimo.
Precisamos olhar para os homens que adoecem emocionalmente e não recebem apoio.
Precisamos combater os pais abusadores, antes que criem filhos agressores.
Não existe futuro seguro enquanto mulheres não puderem viver sem medo.
“Violência entre casais não é briga, é crime — e o silêncio é cúmplice. Viu, ouviu ou suspeitou? DENUNCIE. Você pode ser a voz que salva uma vida.”
“Compartilhe esta mensagem: uma sociedade que não protege suas mulheres, cava a própria cova.”
Foto: Internet







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