“Barbárie na Saúde: Médica Estuprada em UBS de Salvador expõe a falência moral de uma sociedade doente”
- Nilson Carvalho

- há 17 horas
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Por: Nilson Carvalho – Papo de Artista Bahia
Até onde a humanidade ainda vai descer?
O que mais falta acontecer para entendermos que estamos perdendo o senso de respeito, limite e temor ao sagrado direito de existir?
O caso que abalou Salvador nesta semana não é apenas mais um crime — é um grito desesperado por socorro moral em um mundo que parece caminhar para o abismo.
Médica é estuprada dentro da própria unidade de saúde — o lugar que deveria protegê-la
Uma profissional de 33 anos, dedicada a salvar vidas, foi brutalmente violentada dentro da UBS Sérgio Arouca, em Paripe, enquanto cumpria sua missão de cuidar do povo.
O agressor, um homem de 30 anos, entrou no consultório se passando por paciente, trancou a porta, tirou a roupa e atacou a médica, que lutou por sua vida e sua dignidade.
Gritou, tentou escapar, foi agredida — até que um representante de medicamentos percebeu a movimentação e conseguiu intervir.
O suspeito foi contido por funcionários e moradores, preso em flagrante e levado para a Central.
Mas o trauma deixado na vítima, esse não sai com algemas.
Médica abalada e sem direitos básicos: “Mesmo violentada, ela não pode parar de trabalhar”
A revolta se aprofunda ao saber que, por ser contratada como pessoa física, a médica sequer tem direito a afastamento após sofrer violência sexual.
É o trabalhador da saúde mais uma vez exposto, vulnerável, sem proteção adequada e carregando sozinho a dor que o sistema insiste em ignorar.
O sindicato presta apoio, mas isso não apaga o descaso estrutural que permite que uma tragédia assim aconteça.
Agressor já havia assediado outras funcionárias
A situação se torna ainda mais revoltante ao descobrirmos que o suspeito, conhecido na UBS, já havia assediado outras servidoras.
Mesmo assim, circulava livremente.
Quantas mulheres precisavam ser feridas para que medidas de segurança fossem tomadas?
Estupro não exige penetração — exige apenas violência, e isso não faltou
Muita gente ainda acredita, por ignorância, que estupro só existe quando há ato sexual direto.
Mas a lei é clara: qualquer ato libidinoso forçado é estupro.
E a violência sofrida pela médica não deixa dúvidas.
SMS anuncia vigilância, câmeras e policiamento — mas só depois da tragédia
A Secretaria Municipal de Saúde lamentou o caso e anunciou apoio psicológico, policiamento e instalação de câmeras.
Medidas importantes, sim.
Mas que só chegaram depois do pior.
Por que a prevenção não veio antes?
Por que a segurança das trabalhadoras da saúde — que enfrentam agressões, ameaças e abusos diariamente — ainda é tratada como secundária?
Um espelho cruel da sociedade: violência normalizada, moral destruída
Este crime escancara o que muitos se recusam a admitir:
a violência virou rotina.
O respeito virou exceção.
E a humanidade parece caminhar perigosamente para a beira do fim moral.
Enquanto isso, mulheres continuam sendo vítimas em espaços que deveriam garantir segurança: escolas, hospitais, ônibus, ruas e até dentro de suas casas.
“Quando até quem salva vidas passa a ser violentado, é sinal de que a humanidade está sangrando — e o silêncio só aumenta a ferida.”
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Foto: Internet







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