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Bahia refém da violência: até quando o povo vai viver com medo?

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Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura – Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

A Bahia, terra de cultura, alegria e resistência, hoje vive sob a sombra do medo. Em Salvador, o coração do nosso estado, moradores de comunidades inteiras já não têm direito sequer de fechar suas próprias portas. O que antes era símbolo de segurança e proteção, agora virou ordem do crime: casas abertas, portões destrancados, famílias à mercê de facções que mandam e desmandam.

 

No Engenho Velho da Federação, no Nordeste, no Subúrbio Ferroviário e em tantos outros bairros, a regra é clara: se a polícia aparece, os bandidos correm — e se refugiam dentro das casas da população. Quem não cumpre a determinação corre risco de tortura ou até da morte. O povo virou escudo humano.

 

“Moro aqui há 30 anos, criei meus filhos e agora tenho que dormir de porta aberta. Já acordei com homem armado dentro da minha sala mandando eu calar a boca”, relata uma moradora, com a voz carregada de medo e revolta. E ela não está só. Já são dezenas de famílias feitas reféns em Salvador só neste ano. A rotina do povo é marcada pelo barulho dos tiros, pelas invasões repentinas e pela sensação de que a vida pode mudar de um segundo para o outro.

 

Mas não é apenas o medo que corrói: é a falta de esperança. Muitos moradores tentam vender suas casas, mas ninguém quer comprar um lar no meio do fogo cruzado. É como se a própria cidade expulsasse seus filhos mais humildes, deixando-os sem saída.

 

E onde estão as autoridades? Onde está o poder público que deveria proteger o povo? Enquanto famílias perdem noites de sono, facções se fortalecem, transformando crianças em escudo, forçando mães a rezarem para que seus filhos voltem vivos da escola, usando cada rua como campo de batalha.

 

A violência não se limita às esquinas. Agora invade os lares, destrói a paz, rouba a liberdade. O povo virou prisioneiro dentro da própria casa.

 

A pergunta que ecoa é: até quando a Bahia vai ser refém da bandidagem?

 

Enquanto a insegurança crescer e a resposta for apenas silêncio, o medo continuará vencendo a esperança. Mas a mudança começa quando o povo se une, quando a indignação vira voz e a voz vira pressão.

 

“Quando uma comunidade vive com medo de fechar a própria porta, é sinal de que a violência já venceu. O silêncio fortalece o crime; a união fortalece o povo. Até quando vamos aceitar calados?”

 

Foto: Internet

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