ASSÉDIO MORAL NA UNIVERSIDADE: QUANDO O LUGAR DO CONHECIMENTO SE TORNA UM ESPAÇO DE DOR E SILÊNCIO
- Nilson Carvalho

- 21 de jul.
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Por Nilson Carvalho – Jornalista e Embaixador da Paz e dos Direitos Humanos
Um ambiente universitário deveria ser sinônimo de saber, liberdade e respeito. Porém, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), o que deveria ser um espaço de crescimento humano e profissional se transformou em cenário de medo, adoecimento e humilhação.
A instituição foi condenada a pagar R$ 30 mil por dano moral coletivo após denúncias de assédio moral contra funcionários, especialmente jornalistas do Sistema Uesb de Rádio e Televisão Educativas (Surte). O caso, julgado pela 4ª turma do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, confirma a gravidade do que ocorreu.
Ao menos nove jornalistas relataram perseguição, intimidação e até invasão de privacidade nas redes sociais. Uma das vítimas chegou a ser diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático, tamanha a violência psicológica sofrida.
As denúncias chegaram ao sindicato da categoria em 2023 e foram levadas ao Ministério Público do Trabalho (MPT). O então diretor do Sistema Uesb, Rubens de Jesus Sampaio, chegou a ser afastado do cargo pela 1ª Vara do Trabalho de Vitória da Conquista. Contudo, a decisão atual do TRT-5 não aponta provas diretas contra ele.
A universidade, até o momento, não se manifestou. O silêncio, mais uma vez, fala alto.
Esse caso expõe uma ferida antiga no Brasil: o assédio moral institucionalizado, que destrói carreiras, adoece pessoas e se perpetua no medo do desemprego ou na crença de que “nada vai mudar”. E o mais chocante é que isso ocorre dentro de uma universidade – espaço que deveria ser exemplo de ética, diálogo e respeito aos direitos humanos.
A indenização de R$ 30 mil é simbólica diante do sofrimento psicológico, social e profissional imposto às vítimas. Nenhum valor devolve a saúde mental, a dignidade ou o tempo perdido.
O que precisamos perguntar é: quantos ainda sofrem calados? Quantos deixam seus sonhos morrerem em ambientes tóxicos, sem ter a quem recorrer?
Como embaixador da Paz e defensor dos direitos humanos, faço ecoar a mensagem de que assédio moral é violência, é crime e deve ser combatido com coragem e justiça.
Leia, compartilhe e reflita: uma sociedade que silencia diante do assédio é cúmplice da dor das vítimas.
Foto: Internet







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