ALAMEDA DO RIO: QUANDO SAIR DE CASA SE TORNA UM ATO DE CORAGEM
- Nilson Carvalho

- 16 de jul.
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Por: Jornalista Nilson Carvalho, Embaixador dos Direitos humanos
Na Alameda do Rio, viver virou sinônimo de resistência. Ruas intransitáveis, lama, buracos e a completa ausência de manutenção tornaram a simples rotina de sair de casa uma aventura arriscada. Famílias confinadas, crianças impossibilitadas de ir à escola com segurança, trabalhadores impedidos de chegar ao emprego sem enfrentar humilhações diárias.
Os moradores já gritaram, escreveram ofícios, enviaram vídeos e áudios mostrando a dura realidade. Mas, para o poder público, parece que eles não existem. Até quando essa comunidade seguirá invisível?
Enquanto autoridades discursam sobre desenvolvimento e promessas de infraestrutura, a vida na Alameda do Rio continua paralisada. Pessoas com dificuldades de locomoção ficam presas em casa. Ambulâncias, quando chamadas, não conseguem chegar. O transporte coletivo evita a área, deixando todos reféns da precariedade.
A sensação de abandono é avassaladora. Não é apenas um problema de estrada ou de drenagem. É um retrato cruel da desigualdade, da omissão e da falta de compromisso com quem mais precisa.
Ver o vídeo gravado pelos moradores é sentir o peso da indiferença. Não se trata apenas de ruas alagadas ou tomadas pelo barro. Trata-se de dignidade, de um direito básico negado: o de ir e vir.
Quando uma comunidade é forçada ao silêncio pelo abandono, é a voz de todos nós que deveria ecoar mais alto.

Leia, compartilhe e reflita: quantos mais precisam sofrer para que o poder público enxergue quem ficou invisível?
Foto/vídeo: Comunidade







Enquanto muitos se preocupam com taxação e influência exterior no Brasil, já de longe urge atenção ao básico e constitucional dever da esfera política pública. Educação, saúde e infraestrutura para transitar é garantia que o brasileiro tem em nossa Constituição, que nem sempre é cumprida. Nos livros escolares antigos vinham dizendo que quando o transporte e as comunicações chegassem de ponta a ponta nesse Brasil, lá estaria o progresso. Talvez o progresso das contas de políticos corruptos, de na vontade ou incompetentes para a função. O que mais as vezes hoje em dia são descasos nessas esferas acentuadas anteriormente.
Mas como dizia Abujamra, o mal do brasileiro é a esperança. É esperar dias melhores sem sequer cobrar, sem fazer panelaço…