Agricultura Familiar em Camaçari pede socorro: Comissão de Meio Ambiente abre espaço para ouvir o povo do campo

P: Papo de Artista Bahia

Em Camaçari, a Comissão de Meio Ambiente recebeu representantes de movimentos sociais, sindicatos e associações rurais para debater as demandas urgentes da agricultura familiar. O encontro reuniu vozes que há anos carregam a bandeira da resistência no campo: Jaciara de Jesus Silva (MST), Ivo Borges (Associação de Pinhão Manso), Joanilsa Dias (Sindicato Rural), Tatiane Carneiro Silva (Projeto Agroecológico Mangabinha), Emerson Araújo (Instituto Restinga) e Antônio Carlos da Silva (União Rural de Camaçari), além de outras lideranças que se levantam em defesa da terra e da dignidade de quem nela trabalha.

O tom da audiência foi de alerta. Emerson Araújo, do Instituto Restinga, chamou atenção para questões que ameaçam diretamente o futuro das comunidades rurais:

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), que privilegia a expansão urbana e industrial em detrimento da proteção das áreas rurais.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que falha em destinar recursos suficientes para o fortalecimento da agricultura familiar, assistência técnica e infraestrutura no campo.

Esses pontos não são detalhes burocráticos. São decisões que afetam diretamente o prato de comida que chega à mesa de cada família. A agricultura familiar é responsável por grande parte dos alimentos consumidos no Brasil, mas segue invisibilizada, sufocada pela falta de políticas públicas e pelo avanço da especulação imobiliária e industrial.

É hora de reconhecer que proteger a agricultura familiar é proteger nossa soberania alimentar, nossa cultura e o direito de cada cidadão a uma vida digna. Camaçari não pode fechar os olhos para quem planta, colhe e sustenta a cidade com o suor da sua luta diária.

Refletir é urgente: se o campo não planta, a cidade não janta.

Compartilhe essa mensagem e seja também uma voz em defesa da agricultura familiar.

Fotos: territorio.org.br