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A morte de Luis Fernando Verissimo: um legado que não se esvai

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Por: Nilson Carvalho Jornalista. Escritor, Artista Plástico.


Porto Alegre, 30 de agosto de 2025 – O Brasil se despede de uma de suas vozes mais icônicas. Morreu hoje, aos 88 anos, o escritor, cartunista e cronista Luis Fernando Verissimo, internado desde 11 de agosto na UTI do Hospital Moinhos de Vento, em decorrência de complicações causadas por uma pneumonia

 

Filho do renomado Érico Verissimo, Luis Fernando deixou um legado inestimável: mais de 60 títulos publicados, personagens inesquecíveis — como o Analista de Bagé, Ed Mort e a Velhinha de Taubaté — e milhões de leitores tocados por seu humor refinado e sua inteligência crítica

 

Um humor que refletia o Brasil

 

Desde os primeiros passos como revisor no jornal Zero Hora, nos anos 1960, Verissimo construiu uma carreira que o tornou presença constante no cotidiano nacional. Suas crônicas — com doses generosas de ironia, leveza e sagacidade — atravessaram gerações

 

Publicou clássicos como As Mentiras que os Homens Contam, A Grande Mulher Nua e O Popular, colecionando vendas que ultrapassaram a casa dos cinco milhões de exemplares

 

Mais que um escritor: múltiplas facetas

 

Além das crônicas, foi tradutor, roteirista, cartunista, dramaturgo, tradutor, publicitário... e até músico — tocava saxofone e integrava o sexteto Jazz 6, “o menor sexteto do mundo”

 

Mesmo com a notoriedade, manteve uma generosidade incomum. Relembrou-se “atípico” ao descobrir a vocação para escrever somente depois dos 30 anos, ao entrar no jornalismo, e, em entrevista, disse que “a vida é uma grande piada”… uma piada de mau gosto, mas que deve ser vivida com 'bonomia'

 

As homenagens que emocionam

 

Autoridades, intelectuais e colegas expressaram pesar:

 

O presidente Lula lembrou Verissimo como "um dos maiores nomes da literatura e do jornalismo", destacando seu talento em defender a democracia com humor e inteligência

 

Para escritores e pensadores como Fabrício Carpinejar, Leandro Karnal e outros, sua crônica era marca registrada — a capacidade de falar da alma do país com leveza e precisão

 

A Academia Brasileira de Letras e a Editora Objetiva ressaltaram sua luminosa trajetória, celebrando uma obra que dialogava com o humor, a crítica e o cotidiano

Legado que permanece

 

Luis Fernando Verissimo partiu, mas suas palavras continuam vivas. Seja em uma tirinha, uma crônica ácida ou um personagem vindo de um consultório gaúcho, seu humor era ponte entre gerações. Sua obra nos lembra que, mesmo em tempos de desânimo, o riso pode ser arma de resistência — e o olhar atento, instrumento de consciência.

 

“Ele já se foi, mas suas crônicas permanecem, como faróis que iluminam o que somos — e o que ainda podemos ser.”

 

Compartilhe essa história. Quem ama a literatura sabe: o melhor tributo a um escritor é prestar atenção no que ele dizia — e manter viva a conversa.

 

Foto: Internet

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