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A Maldade em Estado Puro: O Caso Tiago Nicolau e o Silêncio Que Ecoa no Brasil

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Por Nilson Carvalho – Jornalista e Embaixador dos Direitos Humanos

 

Em uma estrada esquecida de Leme, interior de São Paulo, o Brasil perdeu mais que um cidadão. Perdemos a esperança por alguns instantes. Tiago Nicolau, 30 anos, militar reformado e motorista de aplicativo, morreu de forma cruel após ser agredido e forçado a beber ácido durante um assalto. O que era para ser uma rotina de trabalho terminou em brutalidade, e seu último suspiro se deu entre dores indescritíveis e injustiças irreparáveis.

 

Tiago não era só mais um número. Reformado da Força Aérea Brasileira devido a uma deficiência visual, ele continuava a lutar dignamente por sua família, especialmente pela filha, por quem transbordava amor — como relatou a amiga e advogada Luana Sampaio em uma comovente homenagem nas redes sociais.

 

"Ficou a xícara cheia de tudo o que ficou por dizer, por viver, por contar."

 

Palavras que cortam. Palavras que nos expõem a uma verdade incômoda: a banalização da vida humana.

 

Dor Sem Justiça: Onde Está a Segurança Que Nos Prometeram?

O caso de Tiago não é um episódio isolado. É um retrato da falência da proteção social, do descaso do Estado, e da crescente cultura de violência que consome, em silêncio, os sonhos de cidadãos de bem. Nem o uniforme militar foi capaz de poupá-lo da brutalidade. Nem a sua condição de pai, trabalhador, ser humano.

 

A impunidade, nesse cenário, age como combustível da maldade. O carro, o celular, os pertences — nenhum foi recuperado. Mas a maior perda é irrecuperável: uma vida arrancada com crueldade.

 

Uma Nação Adoecida: Quando a Maldade Vence o Amor

Há algo de profundamente errado em um país onde um homem precisa dirigir com baixa visão para sustentar a casa, e acaba sendo torturado por isso. Há algo de inaceitável quando os agressores ainda não foram encontrados, enquanto a filha de Tiago cresce sem o pai.

 

Como defensor dos direitos humanos, clamo: a vida é o bem mais sagrado. Quando deixamos que o ódio vença, não enterramos apenas corpos — enterramos a dignidade coletiva de um povo.

 

Quando a crueldade cala a voz de quem só espalhava amor, a sociedade precisa gritar por justiça antes que o silêncio nos engula para sempre."

 

Compartilhe. Reflita. Clame por um Brasil onde nenhuma xícara fique cheia de ausências, e todo coração transborde apenas amor — não saudade.

Foto: Internet

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