A EPIDEMIA SILENCIOSA: O VÍCIO EM APOSTAS E O COLAPSO INVISÍVEL DE VIDAS E LAÇOS FAMILIARES
- Nilson Carvalho

- 8 de jul.
- 2 min de leitura

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador dos Direitos Humanos
Em um cenário onde a promessa de lucro fácil seduz e aprisiona, o Brasil enfrenta uma das mais perigosas epidemias contemporâneas: o vício em apostas, conhecido clinicamente como ludopatia. Essa não é apenas uma crise econômica, mas uma crise humanitária silenciosa, que destrói lares, arruína sonhos, mergulha famílias em dívidas e tem levado pessoas à depressão e até ao suicídio.
A legalização das apostas esportivas em 2018 abriu brechas que a sociedade ainda não conseguiu fechar. Com uma regulamentação frágil, plataformas online – muitas ilegais – invadiram os celulares dos brasileiros, sobretudo das classes C, D e E, vendendo a ilusão de um futuro melhor com um simples toque na tela. E quando o jogo vira vício, o que se ganha é desespero, solidão e ruína.
O vício em apostas não é fraqueza, é doença. Uma desordem mental séria, que causa compulsão e perda de controle, semelhante ao vício em substâncias químicas. Jovens, adultos e até idosos estão sendo capturados por esse ciclo que começa com a emoção de ganhar e termina com a vergonha de perder tudo: dinheiro, paz, família e dignidade.
Os dados são alarmantes: muitos usuários do Bolsa Família estão desviando recursos essenciais para alimentar o vício nas bets. Famílias que antes lutavam para manter a comida na mesa agora enfrentam um novo inimigo: o algoritmo da perdição, desenhado para capturar atenção e esvaziar bolsos.
O QUE ESTAMOS FAZENDO?
Como jornalista e como embaixador dos direitos humanos, me pergunto com profunda indignação:
Onde estão as barreiras de proteção para o nosso povo?
Até quando permitiremos que vidas sejam tratadas como números por plataformas que enriquecem com a miséria alheia?
A indústria das apostas não pode continuar impune. Ela tem responsabilidade moral e social. Precisa implementar limites obrigatórios, transparência, sinalizações de risco e controle de acesso, principalmente para menores. Assim como se combateu o tabagismo com campanhas de conscientização e legislação firme, precisamos combater o vício em apostas com a mesma urgência.
CAMINHOS POSSÍVEIS
Educação digital e emocional nas escolas
Apoio psicológico gratuito nas UBSs
Tributação justa sobre as plataformas
Leis que responsabilizem empresas omissas
Grupos de apoio comunitário e ações de mídia educativa
Este é um chamado à consciência coletiva.
Se não olharmos com seriedade para essa epidemia comportamental, veremos mais lares destruídos, mais jovens desistindo de viver, mais famílias sendo escravizadas por dívidas e promessas vazias.
Leia, compartilhe, reflita: Cuidado o vicio não tem religião nem cor!
Quando o vício entra pela tela, o silêncio vira grito – e o abandono vira tragédia.
Foto: Internet







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