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17 Taxistas mortos em apenas 2 meses em Salvador: até quando vamos fechar os olhos para essa tragédia silenciosa?

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Por: Jornalista Nilson Carvalho – Embaixador dos Direitos Humanos e da Cultura, Defensor do Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro

 

Em apenas dois meses, 17 taxistas morreram de infarto em Salvador. Por trás dos números frios, existem pais de família, homens batalhadores, gente que sai de casa todos os dias sem saber se volta. E não estamos falando apenas da violência das ruas, mas de algo ainda mais cruel: a pressão e o descaso que matam aos poucos.

 

Segundo a Associação Geral dos Taxistas (AGT), a rotina é desumana. Motoristas chegam a trabalhar até 18 horas por dia, muitas vezes sem parar para comer, descansar ou sequer ir ao banheiro. A vida vira uma corrida contra o relógio, contra os boletos, contra o estresse. O coração, uma bomba-relógio.

 

A morte do taxista Almir Pinto Bahia, de apenas 46 anos, encontrado sem vida dentro do carro com o ar-condicionado ligado, é o retrato fiel do que acontece todos os dias na capital baiana. Ele não morreu apenas de infarto: morreu de cansaço, de abandono e de um sistema que não cuida de quem sustenta a cidade.

 

Além da sobrecarga, os taxistas enfrentam violência constante. Só até agosto, 194 foram assaltados e 17 tiveram seus carros levados. O medo anda no banco de trás, a insegurança está em cada corrida. E como se não bastasse, ainda convivem com a concorrência predatória de aplicativos e transporte clandestino, que diminuem suas corridas e aumentam a pressão para trabalhar ainda mais.

 

Médicos alertam: estresse crônico, má alimentação, sedentarismo e falta de acompanhamento médico são gatilhos para infartos e AVCs. Mas o que esperar de um trabalhador que não pode sair do ponto para ir ao médico porque, se sair, perde cliente e perde o sustento da família?

 

Estamos diante de uma tragédia silenciosa. Cada taxista que morre é um pedaço da cidade que perde vida, é uma família que chora, é uma voz que se cala. Não podemos normalizar isso. Não é apenas sobre saúde, é sobre dignidade.

 

O que precisamos?

 

Ações de saúde preventiva diretamente nos pontos de táxi.

 

Políticas públicas que garantam pausas humanizadas.

 

Segurança real nas ruas.

 

Respeito a quem movimenta a cidade com suor e sacrifício.

 

 Impacto para o povo: Se nada for feito, o que vemos hoje com taxistas será o retrato de outras categorias amanhã. Estamos falando de trabalhadores invisíveis, que carregam a cidade, mas que estão morrendo em silêncio.

 

Quando a morte se torna rotina, é sinal de que a vida perdeu o valor. Até quando vamos permitir que isso aconteça?

 

Foto: Internet

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